17 janeiro 2015

FC Porto reagiu de novo e outra vez atrasado...

Pego na polémica, que ouvi apenas pela rádio, exposta em comunicado, que não li e dispenso-me de linkar aqui e agora por eu ser já dos últimos a saber disto que pouco me importa, pelo FC Porto ontem. E pego pelo prisma de quem passa mesmo ao lado do que se pretende como polémico.
 
Primeiro, mal sabia que a FPF existia, normalmente dá-se por ela apenas e só nas fases finais onde aparece agora porque as vagas disponíveis são impossíveis de falhar e há jogadores que vão acertando umas bolas, e pouco mais que tinha feito uma gala e até já conta 100 anos que eu pensei ter completado em 2014, mas nunca se sabem bem estas coisas e a minha memória vai enfraquecendo.
 
Obviamente, nem sei quem foi o melhor disto e o melhor daquilo. Parece que foi alguém e uns bonzos se vangloriaram a reboque. Porreiro, pá, agora que li no Espesso que o Zezito lá em Évora dorme com o Benfica ao pescoço, como um laço que não se desprende, talvez à falta de Pinto da Costa lhe ter levado algo do FC Porto mais do que desejo de "vingança", afiançado pelo insuspeito Correio da Manha...
 
Passei uma semana atarefada que felizmente voltou a deixar-me afastado das lides da bola que vou seguindo cada vez com mais distância. inelutável atraso e reiterado desprezo.
 
E, sinceramente, dei por ela graças à notícia da rádio ouvida casualmente no carro, ontem à tarde, por um lamento, um protesto, uma comiseração afinal, face a uns homenageados numa gala que terá ocorrido na 2ª feira à noite.
 
Já é um ponto positivo: o FC Porto fez saber alguma coisa a seu respeito e o que acha a respeito de alguma coisa, prova de vida arrastada e abafada (mesmo me(r)diaticamente), mas que ainda serviu para me alertar para alguma coisa, algo que o FC Porto se dispensa de fazer e paulatinamente consagra essa inabilidade, inibição e insustentável leveza do ser cada vez mais "inconseguido" ou "inencontrado" como diria a nossa presidenta da AR Assunção Esteves, portista com um vocabulário sui generis.
 
Há portistas que também se indignam e alguns poderão até ter-se indignado a par do FC Porto por alguma coisa. Mas ainda são muito poucos os que se indignam por o FC Porto continuar a reagir, quando dantes agia e até antecipava acções, e além de ir a reboque vai tarde e a más horas.
 
Dispenso-me, também, de lembrar aqui vários episódios em que o FC Porto se atrasou na reacção a qualquer coisa que ofendeu a sua dignidade. Aliás, só um ano e tal depois soubemos todos, portistas e não só, que um alto funcionário do FC Porto tinha sido agredido, pontapeado e vexado nos túneis da Luz no início do campeonato creio que em 2008, viemos a sabê-lo depois das coisas do túnel da Luz em 2010 com Hulk e Cª.
 
Os portistas vão capinando levemente estas coisas, sem se indignarem verdadeiramente mas indo só a reboque de alguém no FC Porto se indignar mesmo. Há 20 anos haveria uma manifestação frente ao Governo Civil por aplicação de uma sanção de jogo à porta fechada nas Antas, mas muitos dias têm 20 anos...
 
Mas, de facto, o FC Porto tem razão face à subalternidade - ou mero ostracismo pindérico originado na capital como sempre foi - a que o clube mais triunfante da Nação foi votado, o seu presidente mais titulado de todos no País esquecido e um dos melhores técnicos de sempre, do clube mas também da FPF, ignorado.
 
Só que não ofende quem quer, como máxima antes difundida no clube, pelo que se me importa pouco o que a FPF fez, jantou ou elegeu, e que eu nem sabia, não me causa mossa que, logo na FPF e sua origem tribal e regional, alguma coisa de indigno possa ter sucedido seja no que for.
 
O que registo, mais uma vez, é a reacção, já que o FC Porto presumo que sabia o que se "jogava" naquele casino do Estoril. E, pior ainda, pois fez-se de lorpa como não sabendo o resultado e os "nominees" para a "gala" (ter-se-á feito representar, terá sido convidado?, nem sei nem cuido de saber), acentua-se o sair tarde a terreiro como nódoa que passa a ser a marca moderna do clube.
 
É isto que se tem passado, no FC Porto, e que devia preocupar os portistas. A FPF não existe, apenas arrecada dinheiro de dois em dois anos.
 
Não é indignação, é preocupação e, para mim, não é de agora. Os pormenores também não têm importância quando se dão ao desplante de um comunicado no final da semana por um evento do início da semana. Nem o pormenor de o presidente federativo ser quem é e ter o rótulo que tem por ser ex-atleta e ex-dirigente do FC Porto. Esse Fernando Gomes já como presidente por 9 meses num aborto mal parido chamado Liga mostrou que não dirige coisa alguma e é uma irrelevância política e intelectual. A marca do clube na carreira não é sinónimo de nada para além disso e muito poucos sabem avaliar competência, carisma ou perfil para julga-lo a não ser sob esse labéu, portistas ou não portistas, o que diz bem de quem aborda o tema também por aí.
 
Mas como, na época passada (ainda na Luz, de novo na Luz), o FC Porto aguardou pela Imprensa (?!) do dia seguinte ao clássico para saber se os "críticos" tinham avaliado bem a arbitragem de ASD, para ainda dois dias depois dos jornais cá fora o seu presidente fazer uma aparição patética, fez há uma semana um ano, no Torto Canal que para veicular o clube de pouco serve como alvitrei desde o início, talvez agora tenha aguardado para ver o que diziam as revistas de tv sobre as coisas da "gala" e o seu desfile de beldades e bondades. Esta noite, quando pesquisei brevemente nalguns jornais online, o semanário Espesso, o digital Obervador e o Jornal de Notícias sediado no Porto nada tinham do comunicado do clube que se auto-remeteu à insignificância e desprezo de todos, mesmo os mais próximos.
 
O FC Porto passou a ser isto e não é de agora. Vítor Pereira preencheu um vazio que já se notava há mais tempo e não há alma para recuperar.
 
Espero, numa última nota, que o azedume portista não seja só por o seu presidente ter sido rejeitado. Mas o atraso nesta resposta tem o timbre actual do decrépito Pinto da Costa. E faço este sublinhado para não deixar de mencionar que suspeito que o egoísmo e narcisismo próprio dos homens em fim de vida útil possa mesmo ser a origem desta patética, porque retardada inexplicavelmente, choraminguice. Mesmo que justa, mas sem ignorar que vem muito atrasada.
 
Este estertor existencial e comunicacional do FC Porto é uma lástima bem mais grave do que a ausência de menções honrosas numa merda qualquer. Se há um ano deixei de ligar à Bola de Ouro ou de Choro da fraudulenta FIFA, a FPF que inexiste não me mereceria atenção não fosse o reparo portista ser relapso e tal atavismo me preocupar mais do que tudo.

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