03 maio 2011

E prontos, Mourinho conseguiu ser como Jorge Jesus e até o Primeiro-Sinistro

Aos que imaginavam Jesus como Mourinho, eis que este desceu a nível daquele e, ao mesmo tempo, imitou o sinistro Sócrates apanhado a atravessar uma rua que não queria e na qual acabou por esbarrar contra uma parede estalando-lhe nas mãos uma castanha que ele dizia não querer a "governar com o FMI".


Foi o pratinho do dia, mas com o atraso protocolar talvez devido a um problema no teleponto ou a uma pose que o "Luís" aconselhasse melhor, criando um suspense ao intervalo tal e qual o jogo do Camp Nou com um interlúdio indesejado e que revelou, também, um segredo de Polichinelo.



Assim, na Champions, e no resto da época, acabou-se a intoxicação com sede em Madrid e o tempo de antena dedicado a mais um projecto ruinoso a que muitos aderem com o exemplo do próprio País falido, com páginas e minutos de tv preenchidos em detrimento das grandes gestas que ainda se vão cometendo no futebol português e em particular pelo FC Porto.



André Villas-Boas, indirectamente, sai reforçado, como um Especial da casa, apesar de torpedeado pela Imprensa lisbonense que ainda nega capas à 3ª melhor equipa do mundo que até pode alcançar o Real Madrid no patamar superior com o que falta ganhar esta época.









Aconteceu hoje, na Champions, o inverso de 2002 e o Barça, depois de ganhar fora 2-0, deixou-se empatar 1-1 no Camp Nou, permitindo um assomo de brio ao Real Madrid com a displicência do conforto da "ida" no Barnebéu e uma má condição física que retirou explosão aos blau-grana a terminar de forma penosa as meias-finais e mesmo com o credo na boca, ainda que o controlo suficiente para passar sem o achaque de jogar contra 10, graças a uma contemporização do árbitro belga para com vários merengues mas acabando por anular um golo limpo que daria o 0-1 aos de Mourinho.



Tanta celeuma com este e outros árbitros, como se Mourinho não tivesse alguma vez sido beneficiado por eles nesta e noutras épocas, que foi anulado um golo polémico a Higuaín, com uma falta involuntária de C. Ronaldo sobre Mascherano que permite duas leituras, já que derrubando sem querer o argentino, o português impediu-o, de facto, de tapar a corrida de Higuaín e o remate na área.



Mas sem dúvida que o choradinho merengue permitiu contemporizar logo de entrada com Kaká e Lass Diarra, este a terminar o jogo de forma inacreditável após tantas e tantas faltas cometidas, da mesma maneira que Ricardo Carvalho fez as suficientes antes do intervalo para ser expulso depois de um amarelo, justo, na primeira falta que cometeu sobre o inevitável Messi.



O árbitro esteve claramente condicionado, e contido, para bem do Real Madrid, mas não sabemos se o Calimero merengue se contentará em ter acabado com 11 (e podia ter perdido dois ou mesmo três jogadores...) ou reclamará com o golo anulado a Higuaín, esse sim, de forma muito discutível.



A verdade é que o Barça controlou e não deixou de poder marcar em três ou quatro situações ante Casillas na 1ª parte.



O Real Madrid, com Kaká em vez de Ozil e CR7 com Higuaín a seu lado na frente em detrimento de um trinco a menos felizmente expulso (Pepe) na 1ª mão, voltou a não fazer um remate à baliza até ao intervalo. No Bernabéu os que fez resultaram, a acabar a 1ª parte, de livres e suas consequências. Hoje, apesar de jogar subido no campo e com brio e garra justas e aplicadas nas divididas de uma forma desportivamente aceitável e leal - o que não sucedeu nos confrontos anteriores marcados por violência gratuita e até certo ponto permitida pelos árbitros -, a verdade é que o Real mostrou querer e valentia, mas sem arriscar muito. Kaká está obviamente longe da melhor forma e acusou cansaço, não se percebendo por que Benzema, possante e mais jovem para condições de chuva e terreno pesado que mais o aconselhavam, não teve a titularidade.



Ora, isso obrigaria Mourinho a arriscar muito. Com medo do Cincazero? Não se sabe, mas pode especular-se tanto quanto ele costuma fazer. "Porqué?". Adelante... O próprio Mourinho não arriscou ir ao jogo, fugindo à intempérie e pior, ao ambiente escaldante que a afición local lhe reservaria. Desertando na hora da expulsão de Pepe em Madrid, Mourinho montou uma equipa sem grande risco, para a tarefa hercúlea e cujo fracasso era revelado pelos zero remates ao intervalo, nem inovando após estar a perder. Marcelo acabou por empatar, por um lapso defensivo do Barça, dando alguma excitação a um jogo em que o Real não se deixou encostar atrás a ver o Barça trocar a bola, como na semana passada. Ao invés, pressionou e incomodou os catalães, intranquilizando-os permanentemente e esse é um mérito dos blancos.



Ao fazer o que fez, Mourinho mostrou ser mais capaz de se restringir ao papel de Jorge Jesus, ao contrário do que alguns patéticos acólitos deste alvitravam com a perspicácia de Jesus ser um novo Mourinho, até há pouco aclamado como um Deus na terra do Fado, Futebol e Fátima.



Jesus, fanfarrão e trauliteiro, armou-se em forte ao perder com o FC Porto o título em casa. Ah, e tal, no jogo da Taça vai ser diferente, rosnou, ciente da vantagem de 2-0 da 1ª mão e como quem diz, "eles a seguir que venham ganhar a passagem à final aqui de novo".



Ao treinador da Playstation não bastara a diferença de o FC Porto ter sido capaz de sagrar-se campeão na Luz, para o que precisava imperiosamente de vencer a 3 de Abril e conseguiu-o de forma brilhante, enquanto o empate que bastava ao Benfica a 2 de Maio de 2010 para ser campeão no Dragão não foi conseguido pelos fanfarrões mesmo com a ajuda do inevitável Benquerença a pôr o FC Porto a jogar com 10 quando devia ter assinalado um penálti sobre Fucile em vez de o expulsar.



Mourinho já tinha sofrido em casa para adiar a festa do título ao Barça com o 1-1 tardio para a Liga graças a um penálti amistoso que lhe evitou a derrota. Lá ganhou a Taça do Rei com cacetada e um árbitro de novo amigo. Mas andou sempre a desviar as atenções entre decisões de arbitragem favoráveis e desfavoráveis para esconder as insuficiências de jogo que sabe serem insuperáveis e que o atormentarão se prosseguir, o que duvido, a carreira em Chamartin.



Ao ficar, hoje, no hotel, limitou-se a mandar um onze nada arriscado para o Camp Nou, apesar de mais consentâneo com o valor e a estirpe clássica do Real Madrid. Assumira a incapacidade de virar a eliminatória na 1ª mão e, como o Primeiro-Sinistro de Portugal nos brindou ao intervalo do jogo, também em directo, fez como que um anúncio do que era a sua estratégia de princípio - 0-0 em casa e 1-1 fora -, escondendo jogo e especulando com as razões técnicas, tácticas e disciplinares até fazer um banzé para confundir os incautos.



Por fim, como o inefável criminoso que nos desgoverna alarvemente, Mourinho "disse" o que tinha em mente fazer e não concretizou, tal como Sócrates que não anunciou mais nada além do "acordo com a troika" a que, a contragosto, se submeteu, mostrando a seu lado um mono, sinistro das Finanças, cabisbaixo e esfíngico tão irresponsável como ele na condução dos dinheiros dos contribuintes e outros.



Sócrates, cobarde, indigno e farsante, não revelou o que nos vai pesar nos bolsos e Mourinho não conseguiu ir além da proeza de tentar pôr o Real Madrid com uma imagem condizente com o seu valor e história que ele torpedeou de forma ignóbil na semana passada.



Ficamos, por isso, a saber a diferença entre não temer um adversário mesmo quando entramos a perder 0-2 em sua casa, como demonstrou André Villas-Boas, e alguém que gosta de manter as aparências ainda que a cagança demonstrada lhe permita sair apenas pela porta pequena do fracasso consumado que uma Taça do Rei, com sorte e um árbitro pusilânime do regime em Espanha, não servirá de consolo algum.



Tal e qual uma Taça da Treta para certos clubes de bairro.




nota final: voltando a Mourinho, descurou Kaká, Benzema, Adebayor e Higuaín em casa, mas não pode negar que tinha esses activos no banco; Sócrates, que em 2009 mostrou nadar em dinheiro (ao menos o do Tio Patinhas era dele...), negava a necessidade de ajuda externa e os funcionários antes agraciados com um aumento sem haver tusto estavam em risco de receberem nada este mês, para agora nem dizer, o filho da puta, que nos emprestam 78 mil milhões por 3 anos sem sabermos a taxa de juro. Ainda bem que Mourinho tinha avançados para lançar e que Sócrates nadava em dinheiro - o que seria se não enganasse tanta gente tanto tempo... Entretanto, sem falar do que interessa plasmado do acordo, desmentiu os boatos que ele mesmo pôs a correr para assustar os pobres, as velhas e as criancinhas. Mourinho, à beira do Primeiro-Sinistro e sua máquina de propaganda, ainda tem de correr e fazer chorar as pedras da calçada...

1 comentário:

  1. Eu não vi nenhum dos jogos, por isso posso falar à vontade... Só vi mesmo a entrada do Pepe, tocando ou não tocando, com ou sem fita, é para vermelho porque no sítio certo aquilo é para partir qualquer coisa durante uns meses.
    Acho estranho é o Mourinho queixar-se do Barcelona, quando o ano passado ganhou como ganhou. E vir o Ronaldo falar de como os jogadores se atiram para o chão só se for de experiência própria. Só faltava vir o Di Mergulho dizer que eles rebolam muito.

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