22 maio 2013

Refazer a equipa com (menos) milhões

Há pouco tempo, ainda a procissão não tinha voltado ao adro e, por isso, estava o andor muito longe do altar, continuei a alertar para a iminência de o FC Porto ter de remodelar o meio-campo. Já não sei em que jogo foi, nem procuro o link, mas quem me acompanha sabe que digo o que penso antes e não faço prognósticos no fim. Apontava para a saída de James, Moutinho e até Fernando, sendo que Lucho estava a revelar-se inconsistente para, por si, ter a lendária influência decisiva dos quatro anteriores anos plenos de glória e do seu maravilhoso futebol, acusando a passagem dos anos com reflexo numa menor mobilidade e efectividade. Acabou em bem, Lucho acabou a subir, tal como Varela que tão importante foi nesta ponta final dramática. Mas James, que nunca me convenceu plenamente ao nível que convencia outros e ao qual acusei de ter perdido o "1" no 10 que era suposto ser com todo o significado da posição e do mágico número, não mais voltou ao seu nível, repito, que não achava estratosférico mas apenas alto.

ACT: Primeiro drible antes da próxima época, mostrar interesse eventual pelo clube perdedor e assinar pelo "clube vencedor".Nao será excomungado, mas Jesus vai dizer, ah que estava verde, sem perceber a diferença entre o "quase" e o "já foi".

 
James e Moutinho, como circulava há dias em França, vão para o Mónaco. Fernando, chissà, ainda que a "tentação Internazionale", com o Inter fora da Europa e o que isso significa, possa perdurar, deve pensar em Guarín e Álvaro Pereira... Mas pode sair, Fernando é, como Moutinho, o pêndulo e, daí, indispensável. Mas mesmo que fique, está claro que a reformulação do plantel tem de ser com conta, peso e medida. A conta é, quantitativamente, reforçar o plantel que foi exíguo para tantas exigências e tem vindo a perder qualidade. O peso é acertar na mouche nos reforços. Á medida será dada não pelo gastar à tripa forra apesar de chegarem milhões (70?) do Mónaco, mas ter pacimónia e não esbanjar como em Danilo, um flop de 20ME, ou a estapafúrdia solução de remedeio... roto de Liedson, como antes do fraco Janko.
 
O que faz tudo voltar ao tema do treinador. Saindo VP, refazendo um plantel já exíguo e cada vez "pior" mas com que o treinador fez o heróico feito de ser campeão sem derrotas, a aposta é estrondosamente arriscada para o Tetra. Ficando VP, a SAD não fica com o ónus de despedir um bicampeão e portista de coração mas tem a obrigação de melhorar, e muito, o plantel. E não pode, obviamente, gastar à balda como tem vindo a gastar, num tempo de fortçosa contenção orçamental e onde é imperioso acertar mais por menos dinheiro - ou se gastar muito, que o faça mesmo bem e que não tem sucedido.
 
O tema de VP entronca aqui mas o âmbito do pensamento actual, hoje mesmo, é mais vasto e liga todo o plantel à permencia do treinador, mais certo para assegurar a transição necessária.
 
Convém lembrar que o Benfica, pese o seu despautério em gastos para elevar o nível da equipa que é reconhecidamente alto, está muito próximo do FC Porto e, se houver distracção, quer forçar a "morte do artista". Numa conjuntura desfavorável, em termos económicos e já com a diferença entre Porto e Benfica reduzida ao mínimo, o FC Porto não só não pode "adormecer", como esta época, como tem de continuar um degrau acima do rival para não ser destronado. O futuro, com a rivalidade ao máximo, é já a seguir e quem gastar melhor, não mais, sairá em primeiro. O FC Porto não pode deslumbrar-se com os encaixes financeiros, mas o Benfica não pode pensar em sustentar uma máquina forte, sem dúvida, mas exigente para a tesouraria. Até porque a sua Champions, "tapada" pela sortuda aventura-extra, foi um fracasso e no total europeu não chegou para o encaixe do Porto.
 
Mais do que a avaliação dos plantéis, que fui fazendo sumariamente ao longo da época, importa já olhar o futuro. E já temos os dois clubes no encalço de Carlos Eduardo, sendo que o colega do Estoril Licá já estará até certo no FC Porto.

Depois dos dois vitorianos assegurados, Licá demonstra o regresso ao mercado interno, mais barato e que conhecemos melhor, pelo que os investimentos mais certos e mais próximos auguram que o FC Porto não embarque em aventuras sem sentido. E os dois jovens mexicanos Reyes e Herrera são, também, mais certos do que estapafúrdios. E sendo tudo feito com mais tempo, a vantagem de começar bem com o trabalho feito terá reflexos na próxima temporada.

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