14 dezembro 2013

A "narrativa" desinformativa

Da mesma forma que uns gurus enganados, vendedores vencedores de banha de cobra, começaram a diluir a Informação em Infotainment e a embrulhá-la por forma a qualquer pacóvio ser satisfeito oferecendo-lhe coisas básicas e consumo fácil mas tão superficial como de redundância atávica, a ponderação e a argumentação que sustentam uma boa Informação foi-se perdendo, a par de muita experiência e a troco de "ideias novas" cedo percebidas como "ignorância atrevida".
 
Uma das coisas que se perdeu foram os textos longos, necessariamente ponderados, elaborados, rigorosos. Que as pessoas não teriam tempo para ler e enfastiavam-se "perdendo o essencial". Há quem ainda acredite nas "plataformas digitais" sob cujas fundações miríficas jazem as edições em papel. A Newsweek demorou um ano a voltar ao papel. Outras publicações repensam o seu futuro ao arrepio do que eram as "novas ideias".
 
Enquanto se atribui a "sorte" ou à "atitude" os males e os "azares" do FC Porto, as "narrativas" restringem-se aos resultados e ao jogo melhor ou pior. Retira-se a importância do saber e do saber fazer na obtenção de resultados. E qualquer leigo identifica, e resolveria!, o problema.
 
Foi como a crise, órfã do pai e agora a chamar nomes à mãe de todos os males e de quem não tira da crise quem lá caiu. O Soares estapafúrdio acha, como no seu tempo de delírio governativo, que o BCE deve imprimir dinheiro como os EUA e como o mesmo Soares era capaz, como qualquer cabotino cidadão, de fazer a mandar no Bando de Portugal e o sacrossanto escudo.
 
A última pantominice, enquanto os ENVC se afundaram como todas as empresas públicas soverdoras do dinheiro, mal gasto, do Estado e dos cidadãos contribuintes, é a badalada subida, necessária, do salário mínimo (SMN).
 
Há muitos estudos sobre o assunto e não é um tema ideológico, é pura teoria e prática económicas a que os pantomineiros do costume chamam "ultraliberalismo".
 
Mas nada é preciso quando se ouve uma jornalista (apanhei por infeliz acaso em zapping na SICN, a estação de todos os disparates e leviandade desinformativa), como ouvi na 5ª feira de manhã, dizer que o SMN devia subir - "é incontornável" - porque não sobe desde Janeiro de 2011.
 
Está explicado, sucintamente como mandam as novas regras e impõe o novo tempo do periodismo parolo, porque deve o SMN subir. Causa desemprego, mas alguns dizem que não é verdade e acreditam que o "mercado interno" melhoraria, como se fosse possível melhorar impondo, administrativamente à moda bolivariana da Venezuela dos novos visionários do igualitarismo e da sociedade nivelada por baixo ao nível da indigência norte-coreana que em breve atingirá, 1000 euros, por exemplo, igual para toda a gente. Não interessa quem pagaria ou asseguraria esse salário, importa é dizer alguma coisa e ter os tais escassos minutos de fama na televisão.

Espesso mais espesso não há.

Ou há, como a confirmar a velha máxima de um cabotino chefe de redacção que pedia aos jornalistas: "especulem!, especulem""

Ou, ainda, se muita da Informação já é tirada da net, percebe-se que nem da net sabem tirar Informação porque apanham a primeira coisa que aparecer e não se confirma nada, muito menos se sabe do que se escreve nos pasquins ou apresenta nas pantalhas

 
 

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