12 dezembro 2013

Os pivots que fazem atacar mais...

Cegamente, de facto, Preocupações Fonseca não notou nada na 2ª parte do Porto-Braga. Nada houve de diferente que tivesse levado à vitória. É que nem todos os burros aprendem, porque não mudam. Bem me parecia. Espera, talvez a culpa seja dos jogadores que falham penáltis e acertam nos postes. Mas se é dos jogadores e não do treinador, quem os escolheu foi a SAD. Ah, mas estes jogadores, ou a sua maioria, são campeões, aliás tricampeões - ainda que hoje mesmo, e apesar de o 11 no Calderon ter apenas uma cara nova (Josué) em relação à época passada, em O Jogo o director ainda fala de "equipa inexperiente"!?.... Bem, a culpa deve estar nalgum lado, pois a "atitude" e a "mentalidade" voltaram a estar como sempre estiveram - mas quem a forja, vigia, estimula? A senhora da limpeza, o motorista ou o roupeiro?

O que nos vale é o clube/SAD não ser comandado "de fora para dentro", enquanto lá dentro um grupo de adeptos, por sinal radicais, tagarelava com treinador e director do futebol... A perspectiva, como se vê é a melhor. Os basbaques tem as vistas largas de um túnel onde se confina a arruaça.

Tanto que, escandalosamente, há quem exclame que o Zenit passou com 6 pontos 6! Causa impressão, mas os pontos fazem-se com golos e os golos com futebol, se for organizado e der bom futebol dá para ganhar mais vezes e evitar erros de arbitragem e erros de pontaria. Contemos os golos, então!

Depois de um desastre na Champions, de resto cedo anunciado, em que só no final alguns pacóvios se renderam ao óbvio a par do desgraçado Produções Fictícias, convém notar a alguns distraídos que o FC Porto marcou 4 golos em 6 jogos: o Áustria marcou 4 só ontem e Ibrahimovic marcou quatro só em Bruxelas! Dá uma média de 0,666 golo por jogo, o que vai em conta com a média de 1,833 por jogo no campeonato e atendendo a que na Europa as coisas são mais difíceis até se compreende.

Devagarinho e com letras grandes para ver melhor:
4/6=0,66                 22/12=1,83

Pois é, enquanto se entretiveram a contar as bolas nos postes (duas delas só a tirar a tinta, mas enfim, quando se esperam milagres acredita-se em tudo e qualquer esmola é um bálsamo mais para a alma que para o estômago), o FC Porto marcou 4 golos. Os basbaques e o bacoco do treinador esperavam a eficácia de Viena mas no futebol não há acasos, pelo menos repetidos. A valsa de Viena mostrou que algo estava errado; os tipos dos olhos tortos, mais do que os pés de lado, viram muito tarde o que ia acontecer porque já tinha acontecido.
 
O que não se compreende é a falácia, em que cedo incorreram e discorreram os do efe-erre-á para quem ganhar significa estar tudo bem - e que à falta de outros argumentos usam a "sorte", o "azar", a "atitude", agora um pacóvio juntou a "mentalidade" quando julgávamos ter para dar e vender e não lembro de alguém a ter tirado, e a "garra e determinação" normalmente superados com sapiência e "garra e determinação" se houver um fio condutor e uma linguagem que todos entendam em campo -, dos dois pivots defensivos que empurram a equipa para o ataque.
 
É claro que... deve depender do ataque. Se nunca depende do treinador, não se fica refém do sistema e "não conseguimos ser melhores do que a Académica", não se vê como pode funcionar algo quando tudo parece no melhor dos mundos. E não perdemos Falcao nem houve que inventar Hulk, continuamos lá com o Jackson.

A mim faz-me lembrar, depois do Penta, o Porto de Fernando Santos com Jardel a marcar mais do que antes (38 só no campeonato) e a equipa e marcar menos 19 golos do que na época anterior!... É, podem ir ver que é verdade, como é agora verdade que não há treino, não há jogo, não há organização e a evolução tem sido o plano inclinado que se sabe. Não há acasos.

No início da época também gostei, mas após dois jogos à média de 3 golos (Setúbal e Marítimo) cedo percebi que aquilo era o "piloto automático" da época passada. A equipa estava formatada para outras proezas e cedo se viu a profundidade das mexidas.

Revendo a história, que é muito útil, mas sem revisionismo, que é muito feio.
 
Pior mesmo do que esta época só António Oliveira em 97-98, com 4 pontos e 3 golos marcados (1-1 com Rosenborg e 2-1 ao Olympiacos nas Antas) que renderam esses pontinhos mas não evitaram o último lugar com um 4-0 em Madrid mas no Bernabéu. Veja-se a composição do grupo...
 
Mas Oliveira teria o beneplácito dos conformistas, especialmente ao ser o treinador do Tri que nunca se conquistara e ter passado a Champions anterior - tudo na sua 1ª época - com o melhor registo de sempre: 16 pontos e só um jogo sem ganhar. Mas Oliveira, com os Jardel, Drulovic, Zahovic e até meio ano com Doriva (desde Janeiro e que não jogou a Champions), acabaria por obter a dobradinha, para sair pela porta pequena.
 
Saiu pela porta pequena, Oliveira, porquê?
 
Não foi uma surpresa, como conta, ao que consta, Pinto da Costa numa das suas alegadas "31 decisões" presumem-se que todas boas e verdadeiras. Antes de a época terminar já a SAD questionava se Oliveira devia sair e a maioria inclinava-se para a saída. Foi noticiado atempadamente e, como era hábito, aquilo caiu como "uma bomba".
 
A verdade é que Oliveira saiu porque piorou o futebol portista. Mesmo ganhando campeonato e taça. Aliás, perdeu 5 jogos no campeonato... A equipa regredia visivelmente. E, talvez antecipando a saída, Oliveira disse que tinha problemas pessoais (mulher doente) que não o impediram de começar a nova época no Bétis, onde voltou então como treinador mas não por muito tempo.
 
Oliveira ficou com o melhor e o pior registo do FC Porto na Champions.
 
A seguir ficou Adriaanse, com 5 pontos mas, imagine-se, numa equipa reconstruída, com 8 golos marcados, o dobra da marca desta época. No último jogo, num local impraticável em Bratislava, ainda poderia superar os eslovacos do Artmedia, o 0-0 ficou com a lama do campo, um Artmedia que marcou 5 golos, 3 deles no Dragão (3-2).
 
Tão sedento de glória, Preocupações Fonseca ficou como o único sem vencer em casa e, registe-se, 4 golos marcados.
 
O Marselha, que perdeu os 6 jogos, marcou 5 golos, tantos como o Áustria de Viena que ficou atrás do Porto mas em apenas dois jogos (1-1 no Dragão e 4-1 ontem) superou o ataque portista. Pior ou igual que o FC Porto só os últimos classificados desta fase de grupos agora terminada:
- Real Sociedad (com M. United, B. Leverkusen e Shakhtar), 1 golo marcado
- Steaua, 2
- Celtic (com Barça, Milan e Ajax), 3
- Anderlecht e Copenhaga (com Real Madrid, Juve e Galatasaray), 4
 
CSKA (8) e Marselha e Áustria (5) foram eliminados mas não ficaram a dever muito aos portistas.
 
Ainda há pouco tempo um idiota queria demonstrar com números que a 1ª época de Vítor Pereira era igual à de Preocupações Fonseca. Vítor Pereira, também relegado para a Liga Europa pelo Zenit, foi ganhar o 3º lugar ao Shakhtar (2-0) e só não terminou em 1º do grupo com o 0-0 final com o Zenit porque se perderam muitas ocasiões de golo num jogo de sentido único.
 
De resto, acabámos de ver as "reservas" do Atlético a jogarem como os "titulares" fazem. Aliás, o FC Porto também mantém o seu figurino. A diferença de aproveitamento é que se tornou diferente, na prática, na substância, no método e em tudo.
 
Qual é a parte que não percebem?

CHAMPIONS SEM CRÉDITO - Numa prova que perde interesse a cada ano na pachorrenta fase de grupos, pelo alargamento que Platini quer tornar extensível ao Europeu "vai com todos", só mesmo o cúmulo de, na mesma época, uma equipa com 6 pontos (Zenit) qualificar-se, com um mínimo como recorde (Rangers com 7 já se apurou no grupo do Porto de Adriaanse), e outra com 12 (Nápoles) sair de cena, com o máximo que não evitou a eliminação (10 era o máximo de várias equipas sem se qualificarem, entre elas o Chelsea na época passada em que defendia o troféu, como o Benfica agora conheceu).

Sem comentários:

Enviar um comentário