Novembro passou apenas com uma vitória para o FC Porto, alguns empates próprios do estado de arte a que chegou e uma derrota histérica tanto quanto histórica.
Em Setembro, ainda antes de um bonzo feito escritor na praça escrever noutro blog o mesmo 15 dias entrados em Outubro, já dizia por aqui que, perdido o ADN que valeu goleada de títulos e superação do Benfica em troféus nacionais e que a SAD abastardou com a intromissão de um chip estranho que deitou tudo abaixo num par de meses, o Porto deixara de ser o Barcelona e passara a ser o Real Madrid.
Entretanto, a "evolução" consumou-se. E é um jornal de Barcelona a dar a informação: o Real Madrid marcou 30 golos em Novembro. Mas como digo que os números nem sempre "falam" do futebol jogado, não só o Madrid se bateu bem em Barcelona onde não mereceu a derrota, e como barcelonista o disse, também os jogadores, o presidente, a afición e os média não têm saudades de Mourinho e vêem a equipa melhor com Ancelotti, mesmo que sigam atrás na classificação.
Um mau treinador destrói qualquer equipa, um bom treinador pode não melhorar uma equipa desde que não a estrague, mas um óptimo treinador não só não estraga como beneficia a sua nova equipa. Guardiola no Bayern, Martino no Barça e Ancelotti no Madrid comprovam-no, como Rudi Garcia na Roma. Apesar dos quatro empates seguidos dos romanos e das duas derrotas seguidas dos catalães: ontem o Barça perdeu em Bilbau após uma 1ª parte fantástica em que devia ter goleado e uma 2ª parte a sofrer uma agressividade acima dos limites por parte dos bascos (deviam ter acabado com 9) e Neymar sempre com finalização desastrada mas uma parcialidade do árbitro digna do bruto do Caixão cá da parvónia.
O Porto, assustado e atrapalhado com os tipos como Arouca e Belenenses como então disse, é um farrapo! Facto. Sem desmerecer de ter feito bons jogos, que entendi salientar apesar de ser contra a corrente geral, em Guimarães e com o Nacional cujo 1-1 final não me afligiu em virtude do jogo bem delineado e ofensivo da equipa. Duas gotas num oceano de afundanços estruturais em que a componente de organização de jogo é um fracasso notório e só atribuível ao treinador "com as suas ideias" e por elas deve pagar. O plantel, e a escolha do técnico, é do âmbito da SAD que, obviamente, não está a salvo de críticas, até vêm na sequência da leviandade com que encarou as últimas épocas e os remendos pífios tentados em Janeiro de cada ano. Parece que julgam ser infalível a fórmula e que o sucesso se repetirá. Não, as bases estavam já abaladas, apesar dos títulos e graças à coragem enorme de Vítor Pereira que a SAD desvalorizou levando à sua saída. Os responsáveis maiores são sempre os gestores, mesmo que levem milionárias "compensações" na saída. Neste momento, porém, só há uma peça a mudar, o resto da estrutura é alvo das calendarizadas acções de avaliação que, como se sabe, há década e meia fogem do controlo dos associados com a criação das SAD e os votos dos accionistas. Os adeptos ainda não perceberam isso e os accionistas nunca encherão um estádio nem deixarão que o futebol deixe de ser o entretenimento do povo.
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