Dos múltiplos treinadores vilipendiados pela SAD do FC Porto, Jesualdo tem decerto um percurso à parte. Não só porque tornou-se o único treinador português tricampeão nacional, como nas quatro épocas "decentes" que pôde dirigir a equipa passou sempre a fase de grupos da Champions.
Foi, porém, com Jesualdo que o FC Porto somou, há cerca de cinco anos, três derrotas seguidas: Leixões, D. Kiev e Naval 1º de Maio. Numa semana. Tudo porque começou a inventar no meio-campo, sem saber que trinco usar. Sempre defendi aqui que teria de ser Fernando, como passou a ser, o sucessor de Paulo Assunção. Hoje, Fernando é um farrapo em campo com as invenções de Produções Fictícias.
Naquela altura, a da última derrota portista no Dragão para o campeonato, havia ali um meco por quem nunca escondi aversão mas tive de ir ao livro buscar o nome (Tomás Costa), só que parecia um daqueles cães-peluches à vista nas traseiras dos carros com o pescoço a mexer continuamente... Um jogo horrível ditou o 2-3 com o Leixões, depois um frango de Nuno a derrota com os ucranianos e um jogo de morrer, a 1 de Novembro, marcou o jogo da F. Foz, com um chouriço inacreditável da linha de fundo.
Mas a equipa foi ganhar a Kiev, como foi ganhar a Alvalade após a derrota caseira com os ucranianos, e foi ganhar ao Fenerbahce para se apurar na Champions e chegar a 1º do campeonato.
Ah, mas tinha Lucho, Lisandro e até Hulk, que chegara há pouco. Sim, mas pelo meio levou com Bolattis,. Tomás Costa, Benitez, Mareques e Renterías, em opções de mercado desastrosas da SAD que nunca renderam desportiva e financeiramente, enquanto foi delapidando o plantel e reconstruindo mais à custa do saber do "Professor" do que da mestria da SAD.
Lembro que escrevi após o jogo da Naval que "Jesualdo misturou os papéis todos". Não acertava uma. Porém, defendi que só ele tiraria a equipa do buraco, acertando agulhas. Acertou. Era o seu terceiro ano e acabaria com a dobradinha e um resto de campeonato sem derrotas, eliminado pelo M. United com o maior golo da vida de Ronaldo. Em pouco tempo, vendendo Lucho em Junho e Lisandro em Agosto, Jesualdo teve o veneno da renovação do contrato de dois anos oferecido ainda no Jamor.
E defendi Jesualdo, como defendi Adraanse e defendi Vítor Pereira. E defendi até a saída de AVB, cujo exemplo VP soube seguir para não aceitar continuar depois de dois campeonatos só com uma derrota. Especialmente quem for portista e conhecer o FC Porto sabe desconfiar das intenções de certos diabos à solta na capela de santos de pau carunchoso.
Sábado temos Jesualdo de novo no Braga, acabado de dizer que era em boa hora que ia ao Dragão e com o conforto de uma vitória sobre o Olhanense após cinco derrotas seguidas.
Deve haver muitas preocupações e rezas ao Santo António das Antas...
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