10 outubro 2014

Dragão a 3/4 receia encher com bilbaínos?

 
São 2500 bilhetesx45 euros, dá 125 mil euros de receita aproximada. Aceitar 5000 mil bascos, e 250 mil euros, é quase o equivalente a um empate na Champions. É receita e, para mais, num estádio que raramente chega a 3/4 da lotação (38 mil lugares +/-) nos jogos de grupos. Com jeitinho, a visita dos bilbaínos poderia mesmo valer os 400 ou 500 mil euros de um empate no jogo. É dinheiro. É a razão de ser da Champions, pois numa fase de grupos qualquer para clubes não se cobra 45 euros por entrada. Não entendo.
 
A não ser, como observam os espanhóis, por num estádio que não enche, de muitos pipoqueiros de um de basaroco a servir de chefe de claque como forma de animar o ambiente sempre mortiço no Dragão, temer-se que os poucos milhares dos outros valham mais do que os acomodados portistas que, na verdade, poucos motivos de euforia e animação nas bancadas têm antes e no intervalo dos jogos, tal a pasmaceira que tantas vezes aqui denunciei como se a "estrutura" nunca visse como se faz lá fora em termos de música empolgante, estímulo e divertimento para o espectador enquanto a bola não rola.
 
Mas é o ambiente dos outros que fará diminuir as hipóteses e as garras da equipa portista? Não se viu com várias equipas (Schalke talvez a mais notória, mas mesmo E. Frankfurt) um número de adeptos visitantes bem acima dos 5% da lotação e dos +/- 2500 lugares para os visitantes?
 
O FC Porto nem está periclitante, pelo contrário, esta época para temer ser "assaltado" por afición mais festiva, aguerrida, colorida. Joga bem, enfrenta bem o adversário, atrai e conforta os seus adeptos (só quando a bola rola, o resto é um sepulcro): qual o problema?
 
Não vejo por qual prisma se nega uma chance destas num clima propício e que decerto arrastaria mais portistas e talvez levasse o Dragão quase a encher. E os adeptos do Bilbau são alegres e correctos, não são desordeiros impondo cautelas de segurança.

E igualmente não aceito poder ser uma "retaliação" por o Athletic não libertar mais lugares para portistas na partida de Bilbau no seu novo San Mamés. Porque os bilbaínos quase enchem o seu estádio e limitam-se a libertar lugares como impõe o regulamento. Se lugares sobrassem não acredito que os rejeitariam disponibilizar a adeptos do clube visitante. É um acto anti-económico.
 
Enfim, ainda há quem fale em projecção internacional, adeptos sempre presentes, clube respeitado e até invejado.
 
Há quem tenha uma noção errada de História, grandeza e saber-estar. E só vamos reencontrar, daqui a menos de 2 semanas, o primeiro adversário europeu do FC Porto lá do longínquo 1957 e também na competição dos campeões.

4 comentários:

  1. Caro Zé Luís, não podia discordar mais deste post. Por motivos de segurança e de respeito por quem adquiriu lugar anual, faz todo o sentido manter as regras como estão. Na época passada o FCP optou por vender mais bilhetes no jogo contra os alemães, o que tornou o estádio num barril de pólvora e motivou a crítica de muitos adeptos.

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  2. Porquê? O estádio encheu? Não cabia toda a gente? Achas que vai encher "outra vez"?

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  3. Boa noite Zé Luís,
    É a questão de nos sentirmos em casa ou não. Eu abdico dessa receita extra, mas ter a certeza que estou no Dragão, por poucos que estejamos.
    É a nossa casa, e em nossa casa, gostamos de nos sentir bem :)

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  4. Isso não é argumento. Ou há espaço e a racionalidade económica manda que se vendam lugares; ou não há e sobram cadeiras vazias para quem quer sentir-se em casa. Nem o futebol cresceu nesse ambiente nem faz bem ao espectáculo.

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