14 fevereiro 2013

Justiça III

O FC Porto continua, para já e talvez em definitivo, na taça da treta. O portismo respira de alívio. Uns porque retiram ensejo a críticas feitas ao amadorismo interno. Outros aproveitam para malhar na Bola. Alguns apontam o dedo à Liga que, alegada e sumariamente, queria afastar o FC Porto. Parece que vai haver recurso e há outro Vitória, agora em Setúbal, que quer aproveitar uma deixa que alguém deixou, subrepticiamente, para explorar até à exaustão, pedir a compaixão da Tugalândia, exortar a combater o poder do Norte, reclamar pela Herdade Desportiva em que se formou o chiqueiro do futebol português sempre mal frequentado. Só falta o Yosemite Sun disparar para impor a sua vontade.
 
Eu continuo como no princípio: deviam ter vergonha dos regulamentos que há, que têm e que fazem. O FC Porto é conivente, aprecia-os e vota-os, consente. O FC Porto, quando a bronca estalou agudizada pela origem da notícia sem se saber do denunciante, andou a espalhar, sendo-lhe creditada uma fonte interna, que o pecado dos 15 minutos era por o jogo com o Setúbal ter sido às 17.30h por causa da TV, uma confissão de que, sabendo de antemão não cumprir-se as 72 horas sobre o jogo anterior da equipa B, cometeu mesmo a argolada. Sim, o FC Porto cometeu mesmo uma argolada mas passa impune porque tal não era, a ver, ilegal: ilegal é o regulamento.
 
Vale, parece, que o regulamento é omisso, dizem. Eu digo que é uma merda e a imagem desta competição absurda conspurcada anualmente por defeitos regulamentares. Ou o regulamento é claro, como enfatizaram alguns blogs portistas que, justiça lhes seja feita, meteram-se a ler as regras dos jogos e descobriram a marosca na clareza dos artigos, afinal, (não) conflituosos entre si e entre diversas competições. Uma merda o Jornalismo caseiro de denúncia barata e descontextualizada, que sem fazer esse esforço sai tanto a perder quanto a patarata da Liga e dos frequentadores daquela tasca imunda. Os profissionais da Informação cometeram argoladas maiores sem lerem nem cruzarem leituras de regulamentos diferentes de provas distintas. É verdade, no futebol pode ser tudo e o seu contrário, mas da moral da estória ninguém quer dar-se conta. O circo continua e uns fazem papel de palhaços e outros de vaquinhas amestradas.
 
Agora, o Braga (B) reclama haver dois pesos e duas medidas, o Vitória sadino diz-se injustiçado, o Vitória minhoto fala de impunidade, é a Oposição em peso dizendo-se pequenina face ao poder dos maiorais. Nem de propósito, a Oposição de trazer por casa no Parlamento ainda faz ondas por causa de um sec. Estado ter passado pelo BPN, não ser acusado de malfeitoria mas ninguém se queixar que não é Franquelim Alves o criminoso enquanto a Justiça não funciona para punir os prevaricadores. E quanto a juízos políticos, preferia ver castigados os da Nacionalização, à boa maneira do pós-25/4, que passaram os prejuízos para os contribuintes, do que criar bolas de sabão para jogar alarvemente com a credibilidade de pessoas que não são da sua cor. A politiquice barata joga-se tanto no Parlamento como na Federação Portuguesa de Futebol. O futebol não é o espalho do País desregrado e de leis avulsas e mal amanhadas? 
 
Acabo como comecei, sobre a vergonha dos regulamentos e o ruído dos experts de trazer por casa. Mas acabo, como no início, sem saber quem foi o denunciante que nem o réu FC Porto quis publicitar. E nem sei ao certo a razão de o FC Porto ter sido poupado a uma derrota na secretaria. Os 15 minutos de diferença, uma ridicularia, acabam irrisórios perante tantas horas de estupidez e longos dias de insanidade.
 
Há dias falava-se de conluios do presidente da FPF, sms (com)prometedores e alianças macabras. É sinistro mesmo. Acabam de roubar o pc do próprio gabinete do presidente da FPF.
 
Ruído, alvoroço, taberneiros, tudo enquadrado pelo futebol moderno dos que dizem ser hoje a indústria de respeito e de nada ser como antigamente.


Deve ser por isso que, de repente, aparece um porta-voz da Disciplina federativa e ninguém dá conta de que o tal Álvaro Baptista, foda-se, é o mesmo da reunião do CJ da FPF amotinado a 4 de Julho de 2008 para despromover o Boavista e afastar o FC Porto da Champions. Parece que até esse já se tornou respeitável para os portistas e, agora, odiado pelos antiportistas.
 
 
Ah, e ainda ninguém falou dessa ciência oculta chamada justiça desportiva para a qual se volta a olhar por causa do FC Porto, 5 anos depois da vergonha do Álvaro amotinado, um CJ em pé de guerra clubístico e um herr Smallhausen que só faz falta a este esgoto nauseabundo. Alguém sabe, a propósito, que acções tem o FC Porto no âmbito do Pífio Dourado para ser ressarcido dos prejuízos e se o Carrajola Abreu gozará de secretismo do serviço de informações do FC Porto?