05 fevereiro 2013

O Barcelona de Portugal

Continuo sintonizado com Vítor Pereira, como aliás sempre estive (excepto na equipa menos boa eliminada em Braga, escusadamente, no que é uma responsabilidade total do treinador). Se o técnico do FC Porto disse, só agora li, que "o objectivo em Guimarães [para além de ganhar, penso eu] era jogar melhor do que com o Gil Vicente", então vai de encontro ao que não gostei na ronda anterior em contraponto com o que me maravilhou no passado sábado. Não é por mais ou menos golos, mas pela intensidade e foco absoluto no jogo, independentemente do resultado, do adversário e do campo.  Foi uma pena, entre lamentações de ordem mais material e de índole moral por artefactos arbitrais, que na Luz o melhor futebol não tenha ganho, mas o resto do campeonato vai mostrar, mais uma vez, quem é melhor e se situa ainda uma galáxia acima de quem se julga galáctico mas vai acabar a caçar o vazio vendo as estrelas bem ao longe.
 
 
Ficou-me, ainda, do que então ouvi na rádio no pós-jogo, do ex-benfiquista Alex a dizer que "O Porto está para o campeonato português como o Barcelona em Espanha", o que não só vem de encontro ao epíteto que desde o início da época colei ao futebol portista - e não como os arrivistas que só agora descobrem o que era palpável há largos meses e parecem papagaios como os que agora falam do BPN por factos laterais mas esquecem o silêncio manipulador e a nacionalização encobridora do tal buraco que agora se lamenta mas teve origem noutros tempos de totsalitarismo político - como, em especial, me faz confessar o que sentia quando, extasiado e ainda hoje boquiaberto com a exibição em Guimarães da qual nem lamento golo algum perdido e resultado mais amplo porque o jogo em si diz tudo e quem tem olhos anima a alma, pensava no que dizer após uma partida daquela qualidade.

 
Do "jogam comó caralho", ou "foda-se, não é possível jogar melhor", em português corrente, ao ouvir Alex na rádio pensei em espanhol para com os jogadores do FC Porto: "de la madre que los pario", que não tem o sentido pejorativo que poderia atribuir-se e é expressão corrente, por não significar ofensa ou ser malcriado, onde o Barcelona é rei. E por cá acho que a competição também é desigual...
 
Só não sei se o miserável relvado recauchutado do Dragão permitirá manter o nível.