Não é possível ficar satisfeito com (mais uma) vitória em Viena. Os jogadores não ficaram, a generalidade parecia de cabeça baixa. Foi uma actuação miserável felizmente terminada em triunfo, mas não merecido. Paulo Fonseca, sim, podia festejar e, com ele, ou por causa dele, o banco todo, a começar pelo administrador abaixo do presidente.
O que diziam do futebol com Vítor Pereira?
Este jogou como o Paços de Ferreira, sem velocidade nem ambição: foi superado em vontade pelos austríacos apenas voluntariosos e depois do 0-1 acabou o jogo, ainda que o empate tivesse estado por centímetros (poste de Stankovic).
Qual seria o prémio de vitória?
Obrigar os jogadores a verem o jogo e terem vergonha de asneiras de principiante cometidas por quase todos. Que recepção ao passe era aquela, Jackson? A cabeça ainda está no mercado? Que passes sem nexo, para fora, de tantos jogadores? Dançar a valsa era em pezinhos de lã? Ou em vez do palco, bom, os pés tortos é que desfiguraram aquilo tudo? De novo de despçlante em desplante, Otamendi?
O que aguarda o futuro?
Provavelmente a Liga Europa, até a SIC está à espera disso para a fase a eliminar. Acho que isto vai acabar mal, a equipa não joga, a bola anda mais para trás do que para a frente e Viena, de certeza absoluta, não será símbolo de conquista europeia - a não ser mesmo a Liga Europa, mas nem nisso acredito, a equipa não acredita, andou cansada e teve um minuto de lucidez - só a dupla Lucho-Danilo-Lucho no golo bem engendrado - em 89' (+3') de pavor competitivo e desorganização colectiva e desastre, digamos, "argumentativo".
Para o Barça-Ajax (4-0, 3 de Messi para chatear os tugas), três jogadores holandeses de topo - Richard Witschge, Ronald de Boer, irmão de Frank treinador do Ajax e Marc Overmars - não tiveram pejo em dizer que o Barça marcava ao menos 3 ao Ajax onde se notabilizaram antes de passarem todos pelo Barcelona. A sinceridade é isto e a realidade comprovou os prognósticos. Algum ex-jogador portista seria capaz de caracterizar o jogo desta noite, mesmo com prognósticos só no fim?
Nenhum portista pode sentir-se satisfeito com vitória tão pífia, ainda que "marcada" pelo brilhante golo, como esta em Viena. E Paulo Fonseca deve perceber que isto não é o Paços de Ferreira e na Europa pede-se mais futebol que Licá e Josué, como o estreante treinador, não tiveram para alimentar Jackson, de novo desamparado na frente e, pareceu, desmoralizado. Quintero entrar no final quando era preciso alguém saber jogar a bola? Não, não vamos longe. Até faltou Defour: assim é titular de caras. O belga marcou o 2-0 em Zagreb, há um ano, depois do primeiro de Lucho. A combatividade do Áustria de Viena pode ser pouco para fazer mossa, mas foi o suficiente para mostrar o futebol miserável do Porto, decalcado do jogo de sábado onde Lucho e Josué até descansaram mas pareciam cansados, pelo que li foi muito chato e desesperante após o 2-0. Alguém volta a falar em Vítor Pereira?
Entretanto, elsewhere, o Basileia fez em Londres o que quase conseguira na época passada na Liga Europa. Mourinho, depois de tropeções no campeonato, saiu do Chelsea em 2007 após empatar em casa com o Rosenborg. É certo que o Borússia Dortmund não se ri e o Steaua não deve ser ameaça no grupo do Chelsea, mas não são só os portistas que devem andar preocupados, estes apesar de 100% vitoriosos até ao momento. É exigência que se diz, não é?
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