16 dezembro 2014

DVD de Natal para Jorge Sousa

Evitei tocar no assunto após o clássico, tal como fiz frente ao Sporting na Taça de Portugal, para não se pensar que são de atribuir só às arbitragens os maus resultados no futebol. Mas as más arbitragens existem, não devem ser escamoteadas e até são patentes, visíveis e risíveis - cada vez pior, como venho assinalando há vários anos, apesar do profissionalismo, das condições de trabalho, dos apoios da mais diversa ordem (técnica, psicológica, financeira).
 
Acontece que entre muitas variáveis (uma pelo menos em cada pessoa em campo, mais as nuances trazidas para dentro dele por pessoas que acabam de fora mas determinam bastante do que pode suceder lá dentro) num jogo de futebol temos ainda a sorte do jogo: é um jogo, tem uma margem de sorte(azar e isso mede-se pelas incidências diversas que podem influenciar o curso de um jogo e ditar o resultado final. Nada de novo neste introito e não quero alargá-lo ao ponto de aborrecer e levar a desistir-se da leitura seguinte.
 
Uma das sortes ou dos azares do jogo tem a ver, não só com a bola que bate no poste ou a defesa acidental de um g.r. ou o desvio de um defesa para golo ou para fora, implica com as decisões dos árbitros, mesmo que sejam inocentes, inconscientes, humanamente possíveis de avaliar e de decidir na hora.
 
O FC Porto não tem tido a sorte de boas arbitragens, ao contrário do Benfica. Podia repetir tantos resultados adulterados pelas arbitragens que levaram o Benfica com 3 pontos de avanço ao Dragão, pegando em árbitros que tenham apitado jogos do FC Porto e outros jogos, com o Benfica ou outras equipas, para analisar o tão criterioso... critério.
 
Mas fiquemo-nos por Jorge Sousa, presente nas duas derrotas no Dragão esta época.
 
Já nem quero pegar na bola no braço de Maurício em Alvalade, que para mim considerei acidental a remate de Jackson. Tomo apenas o ressalto que levou a bola ao braço, claramente visto, de Jonathan Silva no jogo da Taça, com 1-2 no marcador, e que Jorge Sousa terá decerto visto, de tão evidente, mas decerto considerado acidental.
 
Pegue-se na bola no braço de Jackson, de cuja recarga o colombiano fez um golo depois invalidado e que daria o 1-2 frente ao Benfica, talvez potenciando a reviravolta que outra bola na trave (o primeiro remate já batera na trave antes deste lance de golo anulado) poderia transformar em termos de resultado.
 
Eu percebo que o golo seja anulado, numa daquelas jogadas de qualquer decisão boa, ou seja podia ter valido. A bola bate acidentalmente no braço, rematada por um colega, e Jackson não o mexeu, não controlou a bola deliberadamente: aproveitou o ressalto, o remate, e marcou. Ninguém pode dizer que não foi acidental a bola no braço, mas o certo é que desta vez o acidental foi deliberado para Jorge Sousa e o FC Porto não teve sorte com estas decisões de arbitragem que podem suceder a qualquer equipa e a qualquer árbitro mas marcam a actuação do juiz portuense que as más-línguas marcaram, ridiculamente, como ex-elemento dos Super Dragões, algo nunca provado mas sempre referido.
 
O FC Porto, pelo Torto Canal, poderia enviar um DVD simpático a Jorge Sousa, à CA da FPF, ao vi-te ó Pereira, ao Senhor Lucílio Baptista até a um ministro que o deite depois pela janela fora como já sucedeu noutras circunstâncias com outro clube.
 
Os lances de bola na mão perdoadas aos adversários e castigando o FC Porto são apenas exemplos do aleatório do jogo que, entre bolas nos postes e ressaltos que dão golos, definem jogos e resultados mercê da actuação dos árbitros, seja nos fora-de-jogo milimétricos tirados a uns e negados a outros ou na acção disciplinar de que, ao contrário da Europa, o Benfica também não se queixa.
 
Ainda esta jornada voltei a perceber a atenção dedicada a dois figurões novatos mas já a deixarem os seus nomes em brasa nestas jornadas e ambos de Braga: Luís Ferreira e Jorge Ferreira. O 1º voltou a expulsar jogadores por dá cá aquela palha, queixou-se o Estoril na Madeira, sendo que perdoou um vermelho directo a Maxi Pereira no jogo com o Moreirense e quando os minhotos ganhavam 1-0 na Luz podendo jogar grande parte da partida em superioridade numérica mas acabando por acabá-la com 10 e a perder também com um penálti de risota de Lima em si próprio... O 2º, o tal que expulsou Maicon mas foi brando com um Sturgeon do Belenenses frente ao V. Setúbal, podia ter expulsado Maurício no Sporting-Moreirense, por braço na cara de um jogador minhoto, mas acabou a expulsar Ramon Cardozo já nos descontos por um 2º amarelo numa falta que nem existiu, embora o 1-1 já não sofresse alteração.
 
Quanto ao campeonato, vai assim, com o andor ao alto, rumo ao Natal protector do menino Jesus. O Benfica, fora da Europa e com arbitragens amigas, é o grande favorito ao título, mas ainda falta muito, muito jogo. É diferente ser favorito de estar já tudo decidido, como é diferente o tratamento de bola no braço, de braço na cara e de cara e coroa em que os maus árbitros tugas se enredam a coberto de encobrirem os seus desmandos arbitrais para que vingue o beneplácito de agora tudo ser às mil maravilhas. Bas ver as classificações avulso e a solo que se vão fazendo mesmo nos pasquins que nelas desvirtuam tanto ou mais os jogos, e deliberadamente, do que os maus árbitros em campo.

2 comentários:

  1. ... no DVD talvez não fosse má ideia incluir mais exemplos... só para tentar obter alguma uniformidade de critérios entre todos os árbitros, que concordo, não existe de todo!

    Provavelmente nunca existirá e aí está o cerne da questão!! Isto, obviamente, no que a mãos intencionais ou casuais diz respeito. O problema não será seguramente exclusivo do Jorge Sousa!

    ... eu, assim do "nada" recordo-me de uma mão do Herrera no ultimo jogo do FCP contra o Rio Ave... aparentemente era penalty, o jogo, na altura não estava propriamente decidido... mas isso não interessa, o andor só funciona para os outros, correcto? Esse jogo já lá vai e ficou cinco a zero, não nos preocupemos com minudências portanto... melhor mesmo manter o DVD só com exemplos selectivamente "aleatórios"!!!!

    Fica sempre bem "alimentar" a teoria do Andor ao alto, do Natal e do menino Jesus!!! Afinal a época disso mesmo é agora!!! Evitar falar nestes temas mas discorrer um texto sobre o mesmo não deixa de ser um exercício interessante… e sim, já sei, só lê quem quer e só “visita” quem quer!

    Gosto de o ler e de quase tudo o que escreve, seja o tema “bola” ou “politiquice”… mas faz-me “confusão” alguma selectividade criteriosa que por vezes usa para argumentar e explicitar o que lhe vai na alma.

    Pouco lhe interessará mas, desta vez, não resisti comentar…

    Melhores cumprimentos e continuação de boas escritas!!!
    PA

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  2. Estamos a confundir muitas coisas, mas, de facto, é importante para o caso a mão do Herrera num jogo que acabou 5-0. A vitória do Benfica não esteve em causa em Setúbal, foi 5-0, mas além de um penálti mais tardio no jogo já em goleada no resultado, ainda com 0-1 houve um fora de jogo mal tirado a um sadino que faria, fez mas não valeu, o 1-1. O erro existiu, mas o resultado não se discute, parece que quer-se discutir o 5-0 do FC Porto ao Rio Ave, algo nunca visto.

    Mas o penálti do Herrera não é assim tão visível, só pela TV e mesmo assim... mesmo pela TV poderia descortinar que o Lima, mesmo tendo o braço colado ao corpo, marcou com uma mãozinha o 1-0.

    Não, não ligo a minudências, de facto, mas há coisas claramente visíveis que devem merecer reflexão e decerto os jogos do Benfica suscitarão muita teoria da conspiração ou coincidências do caraças.

    Quanto aos exemplos que aqui trago, são do mesmo árbitro em jogos diferentes mas em curto espaço de tempo. Há apreciação distinta nos dois lances e um é claramente visível com o braço bem destacado do corpo, o que não é o caso do Jackson no domingo.

    Repare que no jogo de Alvalade, enquanto os do Sporting, vá lá saber-se porquê apesar da calimerice notória, viram um penálti num corte de cabeça de Alex Sandro com choque, posterior, em Slimani, eu aceito que a mão de Maurício no último remate de Jackson seja não intencional. O Jackson é que tem azar, tal como o Herrera que parecia querer cortar com a mão uma bola aérea que tencionava cortar com a cabeça, mas não é fácil explicar, sem desenhos, estas coisas a quem as deturpa deliberadamente.

    Não se preocupe, os jornais fazem o mesmo e até os ex-árbitros que comentam os lances.

    Isto não é selectividade, porque ela, como o andor, já é patente neste campeonato de favores arbitrais imensos ao Benfica.

    Acho que selectividade, como você mesmo afirma, é os árbitros profissionais terem regras estritas a respeitar e nem todos as cumprirem quando era suposto os profissionais se distinguirem dos não-profissionais por estarem mais apetrechados, em todos os aspectos, eleitos enquanto tais e beneficiados de imensos apoios, pela boa decisão e não pela manutenção da discricionariedade.

    Se calhar até concorda com isso, mas alguma coisa lhe tolda o espírito para ver a floresta para além da árvore.

    Abraço

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