02 dezembro 2014

Sadinos sem basqueiro leonino

Já esqueci os pormenores, retenho só os pormaiores, mas constato a diferença de ruído do V. Setúbal em dois casos que refletem algum estado de alma, mais do que de espírito, patente na bola tuga e suas minudências. Aposto que não sabem do que estou a falar, ao contrário do Octávio que representou Setúbal, Porto e Sporting, o triângulo não tão diabólico deste petit faux-pas que acaba em beijos e abraços dos verdinhos do eixo Setúbal-Lisboa. 
 
A propósito deste recente caso de um erro técnico - fácil de comprovar - de William Carvalho ter marcado um livre com dois toques na origem de um golo sportinguista no sábado frente aos sadinos (que não vi, constato o que se diz por aí), fica bem os de Setúbal não criarem problemas ao Sporting mesmo que legalmente tenham razão e haja justificação para repetir o jogo. Porque opta o clube do Sado por aqui já não interessa muito, certo é que não cria ruído nem factos fantasmagóricos sobre coisinhas pouco influentes num jogo de futebol.
 
Porém, há cerca de dois anos, na disputa de grupos com o FC Porto na taça da treta, salvo erro, os sadinos empertigaram-se tanto como o Sporting por alegado atraso no reatamento do Porto-Marítimo da época passada. Os sadinos queixaram-se, berraram, estrebucharam, queriam mover este mundo e o outro por alguns jogadores do FC Porto utilizados nesse jogo da taça da treta terem sido utilizados antes na equipa B numa ronda da categoria cujos horários, tal como na taça da treta, sofreram alterações pontuais mas que, transversalmente, infringiam um regulamento - sendo que a culpa é da organização e não do clube. Houve, ali, uma adequação de circunstâncias para efeitos televisivos que causaram mais impacto do que os 15 minutos alegadamente infringidos, se bem se recordam (aposto que não e estou aqui, de novo, a dar o que não devia a pobres e mal agradecidos).
 
Agora que, ouvi na tv que basqueiro é uma das 10 palavras do ano seleciconadas para se escolher a "melhor" (?) - onde falta a Bola (de Ouro), bem como o Mundial (Brasil) e duvido que poucas fossem mais faladas em 2014, à excepção de corrupção -, constato que basqueiro é coisa tão desconhecida dos sadinos como foi para a patarata balofa deputada socialista Ana Paula Vitorino feita "tia de Cascais" horrorizada pela expressão "que se usa no Norte" de Pires de Lima numa sessão para lamentar que deuuuuuuuuu braaaaaadooo.
 
Fica o registo de mais uma idiossincrasia da bola tuga, bem a calhar com praticamente todos os seus maiores e menores protagonistas. Isto é como berrar aqui d'el Rei que a Justiça prende o Sócrates por cabala e não por corrupção, mas a condenação, por corrupção, de Duarte Lima, o que era protegido pela Justiça por ser do PSD em tempos, passa silenciosa e aprovadamente, sem um ai, um ui, um pio. Cumpra-se a Lei para os outros.
 
O Sporting já tem problemas que cheguem para se atazanar a vida dos viscondes e a solidariedade sadina só fica bem e será seguramente bem vista. Os basbaques jornaleiros enfiam mais uma carapuça por tudo isto lhes criar poucos problemas que eles também não suscitam em certos quadrantes do fraccionado País que uns julgam ser pequeno e, afinal, é bem grande e diferente de Norte a Sul. Podia haver basqueiro, mas não seria a mesma coisa e assim passa o que se temia fosse de proporção leonina a uma passividade sadina de realce. Eu, pelo menos, não gosto de deixar passar em claro e amiúde bastam-me uns sinais, porque raramente sigo a par e passo as parvoíces da bola tuga.

Desta vez, os sadinos não teriam tanta audiência como há dois anos. Tremelicariam, debitariam um comunicado e nada mais. O mal e a caramunha, está-se mesmo a ver... Diz-me quem avisas ou com quem te metes dir-te-ei se és bom rapaz ou deves estar calado mesmo.

Também não é despiciendo, ao contextualizar, que o erro técnico tão básico mas talvez difícil de ver os dois toques na bola seja do Artur Soares Dias que não costumava ver em Lisboa os flagrantes "bloqueios" que entravam pelos olhos dentro. Se foi este o árbitro, não adianta bater no ceguinho...

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