23 outubro 2013

Estilo Fonseca e um treinador na história

Sim, comparativamente com a merecida derrota anterior em casa, esta custou e doeu mais e foi bastante injusta, a equipa portista bateu-se com denodo mas, mais uma vez, com erros clamorosos e falta de jeito muito devido ao desastrado estilo imposto pelo treinador. E, se para já ainda é cedo para vislumbrar se Paulo Fonseca ganhará alguma coisa de jeito no Dragão, embora lhe tenha já dado "guia de marcha" e mantenho a minha opinião, a verdade é que duas derrotas em casa para a Champions nunca tinha sido conseguido. O treinador, enfim, entrou na História... parece que a bluegosfera não deu conta disso, veremos os pasquins amanhã.

A uma hora do início do jogo o JN online não dava uma linha sobre a coisa. O Metro na Trindade "furara" um "pneu". E o temporal da noite anterior deixara estragos. O dia ainda acabaria pior.
 
A expulsão, inatacável, de Herrera diminuiu o potencial da equipa mas reforçou a solidariedade e espírito colectivo que engrandece os clubes e o próprio jogo. Foram duas aos ferros, mais um par de boas defesas mesmo após o 0-1 da parte de Lodygin no final. Ok, mas erros como Mangala e Otamendi, para mais face a Hulk, tiveram, de novo, não são admissíveis e são já recorrentes. E depois do amarelo Herrera sair da barreira é pedir a expulsão. Estupidezes, dirá Pinto da Costa enquanto espera que, antes de Ghilas, ser, como outros no passado, um grande jogador o treinador o ponha a jogar...
 
Fernando foi um monstro, provando que chega para as encomendas sozinho no meio em vez de atamancarem a zona com outro gajo. Mas esta forma de jogar, agora de novo com os dois debutantes de início, Josué e Licá, não dá jogo a Jackson. Assim não vamos lá, apesar de, com este espírito e garra, a equipa em 11 contra 11 poder surpreender e devolver o resultado ao Zenit lá. Tem de ser, porque já me pareceu sentenciado o lugar na Liga Europa depois da vitória pífia em Viena. Assim o escrevi, a equipa tem de mostrar mais na Rússia e até poderia, enfim, beneficiar do relaxamento do Atléti na última ronda. Em casa deve dar para ganhar aos austríacos... Mas até lá...
 
Podemos lamentar muito infortúnio, a equipa teve bravura mas pouco discernimento e de novo isso é problema de treino e de treinador. Infelizmente, de novo com uma arbitragem pouco "caseira" como a anterior com Webb: este Tagliavento também só traz maus ventos, não os corta... Mas a equipa está verde e o treinador hesita demais nas substituições. Lá entrou Ghilas depois do estrago feito atrás e depois de um jogo desgastante, com 10 por 90 minutos, as outras deviam ter sido antecipadas. A leitura do banco voltou a ser tardia e a recorrência de um jogo comprido, com a equipa muito esticada, é contraproducente. Um treinador pragmático, sagaz e experiente punha a equipa a jogar atrás, nestas circunstâncias o 0-0 era bem melhor e nada hipotecava.
 
Fazia-nos falta, com VP, um jogo mais pausado e curto, com bola de pé para pé, pedindo contra-ataque puro e simples: ah, mas faltam velocípedes e nem se sabe por onde anda Quintero, de novo... Com 10 e a esticar o jogo e a equipa, o cansaço vem a seguir. O 0-1 já não surpreendia, apesar de imerecido face ao coração enorme da equipa e uma entrada de Varela que melhorou, em contraciclo com o anterior desaire europeu. O que fazia o Zenit? Era tudo atrás e quatro na frente, sem meio termo. Aqueles do ataque impunham o Porto recuado e o jogo portista teria de ser directo e pedia Ghilas só com Jackson na frente, bola comprida e sem desguarnecer a defesa. Nem carne, nem peixe, Otamendi lá foi apanhado fora do lugar no golo. Enfim... isto não sucede por acaso, tenho-o dito.
 
Mas é isto que há e domingo há mais emoções, esperemos que bem positivas. Mas o prazo de validade do treinador, como antevi, esgota-se rapidamente.
 
E um treinador que, depois de deixar Kelvin fora da Champions (porque lho permitiram também) para mais em troca de um russo manco, sem saber o significado de Kelvin depois do golo ao Benfica, diz apenas que Hulk tem uma "história bonita" no FC Porto - definitivamente é não saber onde caiu. Hulk, de resto, semeou o pânico na defesa portista e assistiu Kerzhakov para o golo fatal. Hulk foi Incrível e nunca imaginámos o terror que infundia no adversário até o termos pela frente.

Paulo Fonseca não conhece a História do FC Porto. Infelizmente, já temos a sua marca e o futuro não é risonho. Isto tem custos e começa a ser como o desgoverno e cada um à sua maneira desafinado, estragando os sacrifícios feitos.

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