15 outubro 2013

Se(m)lecção

Portugal volta ao PAYOFF, sem "l" propositadamente, mas ninguém é responsabilizado. O presidente da FPF quis "marcar apoio", dizem assim, aparecendo ao lado do treinador a quem renovou contrato sob pressão dos apaniguados do costume. Paulo Bento, depois de falhar um apuramento directo por não conseguir empatar na Dinamarca e sujeitando-se a uma goleada (por fim amenizada no 1-2 ao cair do pano que não evitou a ultrapassagem dos nórdicos) para o Euro'2012, consegue agora o 2º lugar sem ganhar a Israel abdicando de lutar pelo 1º lugar destinado à vulgar Rússia. Desta vez sem poder queixar-se do mau início com Carlos Queiroz. Mas sempre, sempre com os louvaminheiros do costume a não beliscar o seleccionador. Ninguém é responsável por nada, os pés-de-microfone falam vagamente em "críticas" a Paulo Bento, os "amigos do costume" dão a boa Imprensa que não é para todos e, recusando ver o óbvio, vão falando em guerras de alecrim e manjerona que sempre disfarça o fracasso que sempre vaticinei a Paulo Bento - desde a primeira hora proclamei que não tem perfil nem categoria para o cargo, muito menos currículo recomendado como treinador do Sporting.
 
Fernando Gomes fazia "escudo" contra os "críticos" ou alguma eventual "boca" de Pinto da Costa? Não se sabe, mas é um bom tema para arrastar os pés e a conversa se desviar do essencial, com muita "politiquice" a nenhuma orientação desportiva com estratégia definida que não passe por não falhar o Mundial. Politiquice ou não, pelo menos aqui não se culpa a Merkel, mas nunca se sabe...
 
Por acaso apanhei ontem um excerto na SIC sobre um painel de domingo à noite parece que num programa adequadamente chamado Play-off, creio, mas é só mais um de experts que falam depois de... Mesmo assim, cheio de tremeliques e não me toques, andaram ali a dizer que "como Paulo Bento a seleccionador poderiam ser 90% de treinadores portugueses", o que é o mesmo que dizer que PB não tem categoria para o cargo, ou que se destaque acima da generalidade dos colegas de ofício.
 
Não admira, por isso, que se feche os olhos a mais uma cortesia de CR7 e de Pepe para se pouparem a mais um jogo em favor de chegarem descansados ao Real Madrid. Sempre o alertei aqui desde a primeira hora também, mas já concluí, e esta época só há pouco começou mas já revela tendências, que não era por exclusiva influência de Mourinho a treinar em Chamartin. Dessa ao menos podem passar descansados. Os tugas estúpidos que glorificam qualquer merda lá continuarão a dar vivas à selecção sem categoria por ser mal servida. Ponto. Até porque, enfim, isto é mais certo do que reinventar, consoante a "onda" ou o "feeling", o "profile" do raptor da infeliz Maddie cujo desaparecimento continua a não servir para punir os desatentos pais.
 
Para não variar no desencanto de tudo isto, lá apareceu Scolari a elogiar o seleccionador que está. E eu, entretanto, que li que Paulo Bento só ganhou metade (salvo erro 18) dos jogos que comandou do banco! Não admira que, face a este percurso que querem mitigar com experiências e inserção de mais novos, como se depois de Scolari CQ não tivesse tido o mesmo, previsível, problema mas com menos compreensão e "anúncio" das circunstâncias atenuantes, se desvalorize isto, da mesma forma que se desvalorizou que Carlos Queiroz, ao seu tempo, tivesse precisamente obtido um registo melhor nos mesmos jogos de Scolari antes de uma fase final, creio que os primeiros 20 jogos do mandato de cada um.

No balanço so far, parece que o único jogo em que se exaltou o jogo feito foi o amigável com a Espanha. Nenhum jogo de qualificação mereceu mais do que razoável e a maioria foi apodada de jogo fraco ou mesmo mau. Porém, ouvi de raspão sem querer, um "intrépido" repórter no pós-jogo que perguntava a Paulo Bento se era possível a selecção dele jogar pior, ao que foi lembrado que em Israel, sim, foi muito pior ainda. Paulo Bento ainda consegue ser mais honesto e ter memória do que os desmiolados pés-de-microfone que vêem a bola de vez em quando e comem queijo entre jogos para esquecerem as agruras da vida...
 
Acresce que Nani continua a não jogar puto e Danny a nunca aparecer a não ser lesionado em que se ponha em causa a sua relação com o seleccionador para quem o "russo" conta pouco. A Se(m)lecção não tem rei nem roque, por muito que amparem o andor e o sacristão apareça no adro da igreja para mostrar alguma coisa muito pífia.
 
E se os jogadores jogam pouco, enquanto se fala de falta disto e daquilo como se tudo não tenha a ver com falta de treinador e ausência de organização de jogo, que potencia tantos erros e resultados falhados, lá vão dizendo coisas sem nexo. Imagine-se se CR7 tem medo da França por "interesses", o que dirão os outros que podem sair a Portugal com tantos "interesses" em levá-lo ao Mundial?
 
Mais ridículo exposto não seria possível. A única confirmação mesmo é a de Paulo Bento estar va(ti)cinado como primeiro dos últimos. Com muita presunção e água benta, como sempre tem sido.

Aprecio e vem a propósito a descrição pura e dura do "País de Palhaços" que discute uma notícia falsa e acaba como se nada se passasse. Por sinal, depois do 1-1 com Israel, poucos jornais coincidiram sobre o "play-off", se era certo, se não estava certo e se podia considerar-se certo. Estava quase, era garantido e, envergonhadamente, alguém até achava que, tudo somado, era uma... vergonha.

Chamam a isto a era da Informação. Os palhaços babam-se das pilhérias e os "espetadores" como agora lhes chamam acham isto normal. Até porque o portugalório da comentadeirice interesseira e alcoviteira, pacóvia e tão "na moda" como os que se replicam a pavonear eventuais dotes musicais a tentarem repetir o mais possível canções e vozes originais como se houvesse já genialidade nos macaquinhos de imitação, dá o ar sério e grave à coisa. Sic tansit gloria mundi.,

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