Uma derrota com o Benfica não doer seria sinal de doença fatal, mas é apenas a confirmação de os sintomas há meses visíveis serem degenerativos. Percebeu-se que, longe de jogar de forma avassaladora e mais distante ainda de se sentir incomodado como era seu calvário nos últimos três anos, o Benfica não precisara de mudar praticamente nada. O Porto é tão fraco, actualmente, sem condução técnica e direcção anímica, que Jesus esteve calmo e, como o presidente dele, deu-se ares de magnânimo.
Preocupações Fonseca, que não sabe nada da sua equipa a quem distorce os rins com opções descabeladas e ao arrepio da sustentabilidade mesmo do seu sistema pindérico de jogo mínimo não condizente com clubs de topo, nem sequer acertou na táctica de Jesus: não acreditava em dois pontas-de-lança e lá apareceram dois pontas-de-lança, ainda que um mais descaído (Lima) e outro mais centrado (Rodrigo) podendo alternar.
O pior, para além da não-existência cromossomática e filosófica em campo, é ver que, no final, aliviados por ganharem, diria merdosamente, a um Porto de segunda apanha é ver o que julgávamos do tempo do Eusébio - e nem falo da arbitragem execrável desse moço de recados de Gaia, a quem amanhã dedico uma coisa em exclusivo.
Vir Vieira dizer que os adeptos portaram-se bem e que Jesus terá cumprimentado, alegadamente "no recato de um dos muitos recantos e partes esconsas dos túneis da Luz", digo eu, os jogadores e treinadores do FC Porto um a um, é bem do tempo em que éramos bons rapazes.
Acho que isso diz tudo do alívio benfiquista por um Porto medíocre que só muito poucos e muitos parvos não vislumbram; e da miserável condição de zombie e potencial bombo de festa da equipa do Produções Fictícias.
Agora, se Pinto da Costa aceita bem a condição de bons rapazes com que os portistas eram brindados em Lisboa...
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