O FC Porto está na fase autista e, em versão política, numa de Oposição vermelhusca que contesta tudo e segue o quanto pior melhor, descredibilizando-se com sucessivos tiros nos pés até chegar fatalmente à cabeça: o desemprego desceu porque se emigrou, o défice baixa à custa dos reformados, as reformas baixam porque o que se descontou "numa vida de trabalho" blá, blá, blá, mas nunca foi sustentado; prenunciava-se o 2º resgate e era mau, depois a assistência de outra forma e também é mau, o défice ia ser alto, 2013 ia ser terrível mas se não foi é propaganda do Governo, o desemprego ia disparar e desce consecutivamente mas só porque está disfarçado, etc., etc., enfim... a espiral recessiva apregoada virou o feitiço contra alguns feiticeiros agora envolvidos em espiral destrutiva. As previsões do PS falharam todas e os efeitos de uma demissão no Bloco são um "acidente de percurso" mas se sai um sec. Estado do Governo é o fracasso "desta política" e um "Governo desnorteado". Da mesma forma, nunca foi sustentado o Porto desta época. Porém, as Produções Fictícias continuam. O Kosta de Alhabaite já percebeu que nem de conversa vamos lá. E na bancada dos bicampeões do mundo nem todos são ceguinhos de confiança e há quem perceba a desorientação reinante a cada jogo, a cada rescaldo, a cada aflição vista em campo. Ser portista não é fechar os olhos às asneiras, é perceber bem o que se passa e não fazer de conta que não passa nada. Passa e é grave.
Parece que dá resultado, porém, uma táctica "tudo ao monte", à falta de melhor articulação. Com o Penafiel foi o relvado encharcado que levou ao 4x2x4, também pela necessidade de fazer mais golos. Com o Marítimo foi a perder, e em desespero absoluto por falta de ideias e futebol capaz de suplantar o bom posicionamento e agressividade do Marítimo, que repôs o 4x2x4 e, por fim, o 3x2x5 ou 3x3x4 como se tivéssemos o Guardiola no banco.
Não temos. Não temos jogo, não temos equipa, não temos treinador. Este já o disse em Setembro e não voltou a aparecer. O Porto fez um mau jogo com o Marítimo, porque continua a meter peças no meio-campo sem rodagem, aquela que se perdeu por indefinições várias, como fracturas múltiplas em todos os membros, fazendo definhar o corpo que é a equipa. Defour entrou, porque Lucho saiu, depois foi trinco porque Fernando saiu lesionado, o que está bem, uma coisa e outra, mas Defour é um jogador moral e fisicamente em baixo, ainda há dias parecia de castigo. E Defour esteve mal, incerto e inseguro porque o treinador instilou a insegurança e a incerteza em toda a gente. Por isso saiu quando teve de ser. Quaresma, e um bom Varela, impõe o 4x3x3, mas já se vê que Quaresma não é o extremo que foi e duvido que possa ser considerado um extremo hoje mesmo: trocou a velocidade por uma genialidade mais a pé fixo, lançando colegas; não fazendo a diferença no 1x1, mas vislumbrando passes de rotura em vez de sprints vertiginosos e fintas desconcertantes. Temos um problema de substância que dê corpo a uma filosofia de jogo, de resto inexistente desde o início ou, porventura, se existiu, mal aplicada com maus princípios e à revelia dos que poderiam dar-lhe razão de existir.
O próximo jogo com o Marítimo será talvez decisivo. Mas o Porto a jogar como está não vai longe e perderá já o campeonato se não vencer na Madeira. Onde há um ano pareceu ter comprometido tudo, distando então 4 pontos do Benfica e perdendo o direito de depender só de si. Mas há um ano Jackson falhou um penálti, o Capela negou outro a Lucho e permitiu jogo violento aos madeirenses, não punido, mas o futebol portista convencia, era sustentado, forte, determinado, coerente, ambicioso e perfeitamente definido, jogasse melhor ou pior, agradasse ou não a adeptos que gostam dos "likes" mas não apreciam nem sabem o que vêem. Têm palpites, vagas opiniões que ainda hoje se registam pela sua absoluta ignorância, mas não vêem um palmo à frente do nariz, às vezes preferindo vendar os olhos para demonstrar a sua "confiança cega". Como se isso não fosse mau, hoje temos o Preocupações Fonseca que não sabe como saiu vivo da última provação, aquela onde ia ficar na história pela 1ª derrota caseira de sempre com o Marítimo.
De momento, Preocupações Fonseca continua na história porque só por acaso não perdeu em casa com o Marítimo e junta-se à galeria dos treinador portistas ainda imbatidos nesse particular.
Se virem bem as coisas, às oportunidades criadas em Alvalade e no Dragão, o Marítimo devia ter passado a fase de grupos da taça da treta, mas sofreu três golos em casa jogo. Não há vitórias morais. Nem modelos de jogo que iludam o pagode.
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