12 janeiro 2014

Sem mando no campo, no banco e na tribuna

Ao Benfica bastou ser melhor, sem precisar de ser bom ou ter "nota artística", para tirar a barriga de misérias ante um Porto em frangalhos e de uma insustentável leveza que, terminando em 3º lugar a 1ª volta, só pode augurar o que era de todo imperioso evitar: que daqui por mais meia volta o Benfica festeje o título no Dragão. O ambiente de Panteão pode ter influenciado uma medíocre arbitragem, toldando o espírito de Artur Soares Dias (empurrões constantes dos benfiquistas e nenhuma falta, nem nas costas de Quaresma na área, cartões em barda para os portistas numa arbitragem digna dos tempos de Eusébio homenageado), mas nenhum ambiente afecta uma equipa portista sem nada para dar a não ser a sua incapacidade gritante que já nem comiseração me merece ou raiva desperta.

Já nem volto a falar na inépcia de Preocupações Fonseca, desde a escolha do onze em que voltou a sentar Maicon e meter Otamendi para os passes desastrados do costume do argentino à peregrina ideia de sustentar a titularidade de Licá como extremo com Kelvin no banco e o sebastiânico Quaresma mandado ao campo logo após o 2-0 e substituindo o inútil Licá.
 
Isto daria despedimento com justa causa, como se há muito não entrasse pelos olhos dentro que Preocupações Fonseca é um medíocre, a equipa está à sua imagem e o presidente é o responsável pelo descalabro colectivo e conceptual, enquanto inverosímil "ideia de jogo", que é a marca da equipa esta época. De resto, à falta de liderança em campo, no domínio técnico e no cimento táctico, por ausente, que devia unir a equipa que parece um bando descoordenado e sem voz dentro e fora do campo, a impotência redundou nos nervos à flor da pele que disfarçaram, de novo, a inoperância de dar jogo a Jackson - incapaz de marcar até em fora-de-jogo (seria 1-1 a fechar a 1ª parte).
 
Os três pontos de atraso com que se iniciará a 2ª volta podem ser reclamados no Dragão, mas no gabinete presidencial. O FC Porto afunda-se sem alma e com um conformismo que revolta mais, vendo os jogadores inertes e quase a encolher os ombros perante tantas asneiras individuais e falta de sentido de conjunto - o treino inexistente e o "modo de jogar" desconhecido dos jogadores, como há meses denuncio -, do que desperta paixão a simples ideia de ver o Porto jogar com o Benfica, a não ser enervar também a imagem, futebolisticamente pobre, de ser o bombo de uma festa anunciada.
 
A equipa está vazia, perdida no labirinto do Minotauro que é o meio-campo sem sair do sítio por muitas mexidas - e são tantas, incontáveis - que o Produções Fictícias fez em seis meses, disposto só a marrar contra as paredes sem encontrar saída.



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