20 janeiro 2014

Reaprender a jogar diferente e definir as jogadas

Parece que o FC Porto vai reaprender a jogar em 4x3x3 (em definitivo?), agora que Quaresma impõe mesmo um tridente ofensivo com Varela e Jackson, enquanto o Preocupações Fonseca prosseguia, impunemente, os seus devaneios em que até preferia Licá como extremo que não é e deixava Kelvin no banco (além de fora da Europa): passou meia volta a sonhar com jogo interior sem Xavis e Iniestas (como aludi aqui antes ainda de a bola correr no início da época) e ontem vimos extremos à moda tão antiga que já nos pareciam esquecidos tal o tempo tormentoso vivido desde Agosto graças a um pascácio que nos queria demonstrar como jogar ao arrepio das características dos jogadores, do bom senso de não destruir o que estava bem e da palermice de desarrumar todas as peças, desvalorizando-as, do xadrez que ele desconhecia porque disto via de longe a longe quando calhava. Ontem, a meio do jogo, Kelvin rendeu Quaresma, os médios tiveram substituições directas (Lucho por Josué e Carlos Eduardo, logo após o seu golo de primeira, rendido por Quintero) sem mexer em posições e funções. e a coisa pareceu cristaliana como água, ainda que se percebessem muitos pontos turvos no correr do jogo pelos vírus induzidos no sistema.

É estafante ver isto que durante meses se foi perdendo, entre maus jogos, péssimo e desorganizado futebol, abébias aos adversários em que qualquer meco fazia a vida negra, além de pontos perdidos miseravelmente.
 
O que se viu no reencontro com o V. Setúbal, porém, não foi nada brilhante, porque enquanto o Preocupações Fonseca andou, como disse, a "aprender", mesmo assim com atraso, desastrado e farto de dar "chumbos" nos pés e na cabeça dos adeptos impacientes com tanta estupidez superiormente admitida, a equipa desaprendeu. Ontem, Fernando esteve solto na sua posição imperial, Carlos Eduardo e Lucho serviram como médios-interiores que são, Quaresma e Varela encheram os flancos e Jackson esperou. Não demorou a marcar, mas foi com sorte no ressalto, porque voltar a jogar futebol escorreito, solidificado no posicionamento e agressivo na procura de bola lá na frente vai demorar.
 
Uma das vantagens de um sistema que a equipa conhece de cor é a recuperação de bola na frente se os jogadores estiverem posicionados como deve ser e conhecemos terrenos que pisam e o andamento necessário. Foram duas recuperações de bola a meio-campo, note-se bem, que renderam dois golos, porque o futebol continua e vai prosseguir trapalhão enquanto não se põe tudo nos eixos e o destravado treinador da treta não encrava aquela máquina outra vez.

Varela, na segunda bola perdida pelos sadinos pela pressão forte de Lucho, marcou um golão como no sábado Cristiano Ronaldo, mas não há cá capas como os desportivos de Madrid fazem aos seus heróis e protagonistas de golos fenomenais.
 
De resto, para além disto, nada, porque o tempo é para recuperar posições no campo enquanto não se recupera na tabela. Até final, com mau futebol como tem sido hábito, um belo disparo de primeira de Carlos Eduardo, quase no fim, a lembrar o que marcou recentemente ao Rio Ave (também foi o do 3-0, depois Herrera fez o quarto). E foi o que deu.
 
Para já é isto, que nos traz o sabor amargo de tempos infindos de desatino do "destreinador". Há duas semanas, em jogos com o Marítimo que são duas finais, para afinar a coisa, se é que o Produções Fictícias não inventa um filme qualquer e manda de novo Otamendi para o campo e Maicon para o banco. Nunca se sabe, os adeptos devem tremer pela dúvida existencial de um tipo que viveu estes meses à custa do sofrimento da bancada e do apodrecimento criminoso da equipa em campo. Não sei se o patético treinador voltou a dizer após o jogo que não foi nada disto que se viu e ele é que sabe e tem razão. Do Preocupações Fonseca nada me interessa, da equipa interessa-me tudo e infelizmente está entregue a um inepto que foi desastrado a desarmá-la e vamos ver se consegue montar tudo direitinho outra vez. A esse não dou o benefício da dúvida porque não tenho fé cega no que não controlo e desconfio do que me querem vender nem compro o que sei nada valer.

Já os comentadores visados por Pinto da Costa terão de alardear essa fé se quiserem ser benquistos e os pasquins de Lisboa folgarão as costas enquanto o "desportivo" e o "recreativo" andarem no mano-a-mano graças à bonomia alarve e impune do Preocupações Fonseca. Se ninguém sabe a razão do azedume presidencial para com a "Crítica" mesmo afecta ao clube - que aliás sempre perseguiu e hostilizou! - quando era suposto o FC Porto ter um bastião para se defender nesse campo, rentabilizando as suas virtudes que outros desprezam e opondo aos "infiéis" uma outra "narrativa", desconhece-se que benefícios trouxe, além da componente técnica, o Torto Canal para guiar as massas pela via da propaganda e também não se percebe se alguém ali veria diferente do que portistas de fora vêem ou simplesmente fariam o papel de palhaços do regime a que já muitos blogues afectos, cheios de reverência num seguidismo nojento da "via oficial do partido", se dedicam sem que isso faça mudar o que seja no futebol portista, como não mudou em seis meses de tresloucada gestão técnica de um plantel com soluções mas sujeito a alarmantes indefinições.

Oremos, que a vaca não vai por menos...

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