05 fevereiro 2014

Bill "The Kid" Mourinho e o Facebook no Telejornal

Não tenho Facebook e, salvo por uma ou outra utilidade que estou a ponderar mas com muita renitência, nunca andarei por aí, a mostrar fotos, expondo mais do que as minhas ideias que aqui deixo no blog, e a juntar-me ao monte. Soube-se, aos 10 anos da coisa, que há 77% de internautas tugas que estão lá filiados no clube, o que para mim é bem menos relevante do que os 23% garbosos que não estão para ali virados: porque estes não estão porque não querem e nos outros alguns, que conheço, estão sabe-se lá porquê e para quê.

 
Pois hoje foi dia de Facebook no Telejornal do Adelino Faria,, alguém que tem numa coluna de expert de média no suplemente Dinheiro Vivo (JN/DN) diz cobras e lagartos dos sapos que tem de engolir a ler os telepontos, arma-se numa de Cavaleiro da Imaculada e descreve muito bem as inanidades que os telejornais, como o dele, nos propiciam até à náusea. Ora, como é bom de ver, nunca diz a letra com a careta e lá tivemos o aniversário do "Face" no Telejornal com comentários de espectadores, como se isso fosse notícia, mas o Adelino, creio que experimentado na BBC, acha que é notícia de telejornal da treta as opiniões avulso, sabe-se lá com que critério escolhidas (como o alinhamento noticioso ou os rodapés ridículos que têm outro nome que não me lembro?), de um ou outro gajo só porque está no FB. São modas, como os telejornais e as vestimentas pagas com suplementes e publicidades dos pivots que parecem robots nos telejornais por isso chamados da treta.

Sobre o nível de jornalismo, convém ter alguns referenciais à mão.
 
Entretanto, muito glosado o triunfo de Mourinho pelo Chelsea no Manchester City, jogo que vi atentamente como revi parcas imagens do resumo telejornalístico. Que Mourinho prepara os jogos ao pormenor, é já lendário; que tem uma sorte danada, também se reconhece; que joga o mais cínico futebol enquanto apoda de "futebol do século XIX" outro que lhe desagrada porque o impede de vencer, também é um amuo constante, como ironizou Big Sam do West Ham na 3ª feira passada.
 
Depois temos lances e lances de contra-ataque onde só participam, no máximo, quatro jogadores. O Chelsea tem quatro defesas a pé fixo, salvo quando vão à área contrária nos lances de bola parada. Nem os laterais sobem, a não ser por distracção rara; os médios-defensivos idem. E quando se junta num 11 gente do calibre de Ramires, Matic e David Luiz que servem para destruir primordialmente, aniquilando à bruta quando não à patada mesmo algum "passa a bola, não passa o homem", percebe-se como o futebol é simples: seis homens cá atrás e quatro rápidos na frente.
 
Era assim o deslumbrante futebol de Mourinho no Inter, no Real Madrid e agora no Chelsea. Depois de Eto'o, aqui e ali a lateral-esquerdo, Pandev, Diego Milito e Sneijder em Milão, nos últimos três anos eram Cristiano, Higuaín, di Maria e Benzema na despesa do jogo no Bernabéu. Agora é Willian, Eto'o, Hazard e Ramires. Sorte de Mourinho, Willian ficou atrasado ao recuar tanto e coube a Ivanovic, lateral-direito fortíssimo no jogo aéreo, a subir à área, aproveitando uma subida de David Silva à área do Chelsea sem recuar como fazem sofregamente os de Mourinho. Num ressalto, Ivanovic marcou um grande golo, de pé esquerdo e de primeira. Bem apanhado.
 
As jogadas repetiram-se, mecanicamente: três, máximo de quatro jogadores em cada acção ofensiva, sempre no contra, sempre em velocidade e sempre respaldados por seis jogadores que nunca saem lá de trás.
 
Chamam a isto sagacidade táctica, que deu para ganhar uma Champions na retranca com o Inter e o favor de Benquerença com o Barça mas apenas um em três campeonatos em Espanha contra o Barça. Há quem goste, só porque obtém resultados mas não faz histórias de encantar com a genialidade do jogo. Mas a táctica da retranca no Etihad, desta vez, foi do Bill, o massagista escocês que deve comer "tagghardh" como o "groundskeeper" Willie nos Simpsons...
 
Mourinho sabe sempre brincar quando ganha mas sabemos asua fibra, do século XIX, quando não ganha e os outros são cheios de defeitos. Porta-se como um garoto e pergunta-se que palhaçadas atraem nas suas conferências de Imprensa em Inglaterra.
 
Pois com a Imprensa espanhola não brincou e foi sovado até repetidas vezes, onde as suas piadas eram contraditadas por quem não tem a educação dos ingleses mas pode ter ideias vociferantes como os espanhóis. Percebe-se onde Mourinho é rei, mesmo que pareça um miúdo e brinque com coisas sérias onde a fleuma britânica ainda permite tudo.
 
Os tugas lá põem likes no Facebook e o Adelino Faria enche os telejornais com as trivialidades, como as múltiplas gastronomias que as tv's nos concedem também em telejornais que parecem reuniões de tupperware, depois criticadas na sua coluna de jornal.

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