Mais um jogo em casa sem ganhar, a marca indelével que acompanhará o FC Porto na sua história, a SAD que não mudou de treinador enquanto era tempo e Preocupações Fonseca, claramente insuficiente para a dimensão e a qualidade exigidas neste clube e no âmbito das suas responsabilidades.
Por falar em responsabilidades, mesmo à distância, percebi que o serviço público da RTP, parola e pacóvia, desprezou dois dias os resultados, já nem digo a ausência de resumos, da Champions de 3ª e 4ª feiras... o que diz bem do estado da coisa e do estado a que toda a merda chegou neste país da treta.
Por dificuldades técnicas e temporais, só agora pude abordar o jogo e outras coisas. O jogo mostrou um FC Porto, tardiamente, de encontro à sua matriz de jogo enraizada. O golo monumental de Quaresma, se alguém lembrou por aí, foi tal e tal o golo, de trivela com o pé esquerdo depois de "entortar" Nélson, que fez o 2-0 ao Benfica, creio, em 2008, no clássico do campeonato por fim decidido por Bruno Moraes, no último minuto (3-2). Foi daquela posição, a bola bombeada numa trajectória balística de compêndio, com Quim a ver a bola passar ao poste mais distante, que Quaresma marcou o golo mais bonito que vi no Dragão, superando o golo de calcanhar de Falcao no jogo dos Cincazero. Mas Quaresma começa a ser pouco, sem chegar a ser o máximo, para o FC Porto jogar ao nível a que habituou os adeptos; estes agora só enchem meio estádio, o que é sintomático do desencanto a que a SAD, atávica, não ligou todo o Inverno e chega agora o Inverno do máximo descontentamento das bancadas. Li, já hoje, que houve assobios, eu mal pude ver o jogo na tv e sem acesso a internet. Não admira, Produções Fictícias não recuperará o crédito que o futebol portista granjeou e os títulos desertarão o Dragão após enxurrada deles nos últimos anos apesar da pasmaceira e inoperância da SAD ultrapassada pelos acontecimentos e limitada a reagir em vez de agir.
Foi pena que Ghilas, tosco e apenas esforçado, não conseguisse fazer o 3-2 no último minuto, como então fez Bruno Moraes, mas esse toque de Midas não está ao alcance de um golpe de asa que este FC Porto possa inspirar, desgraçadamente ausente convicção e firmeza no futebol portista.
Sinal dos tempos, além de Quaresma garantir que o FC Porto ganhará, sem dúvida, em Fankfurt, li que o Preocupações Fonseca confundiu tudo e todos num momento alarve de desnorte, metendo Borússia de Dortmund e Bayern Munique no tema de um jogo supostamente em Leverkusen... É verdade que Bayern (5-0) e Dortmund (4-0 no campeonato e 1-0 em Frankfurt na DFB Pokal) mostraram a diferença de classe, nas últimas semanas, para um Eintracht apenas sofrível e só três pontos acima da linha de água, mas o FC Porto não logrou marcar essa diferença por falta de classe, apesar de ter chegado a 2-0.
Sinal dos tempos que o improdutivo futebol ofensivo portista voltou a ter em Josué, incapaz tecnicamente e incompatível com a função, no apoio directo a Jackson. Pior, a entrada de Carlos Eduardo para esse lugar em que ainda tem pior registo efectivo deu lugar ao descalabro. Se Josué "anda por ali", sem saber como e porquê, Carlos Eduardo nem "anda" nem está "ali", é um fracasso absoluto. Perdendo o elã ofensivo, a pressão sobre a defensiva foi enorme por um opositor sem jeito mas com muita força, que teve a sorte do jogo (1-2 de ressaca) para regressar à discussão do resultado, depois empatado por novo golpe de felicidade. Está na sina portista fazer mal o trabalho de casa, mas já são muitas ocasiões para Pinto da Costa justificar com o "azar" um desastrado percurso europeu que é da absoluta responsabilidade da SAD. As teimosias do malfadado pé-frio chamado a treinar o FC Porto vão continuar a sair caro mas sobre o pacóvio técnico não removido a tempo não acrescentarei mais nada, já são muitos meses a bater na mesma tecla e com os erros básicos de sempre acrescidos da falta de qualidade que insiste em brindar os adeptos já fartos das suas idiossincrasias técnico-tácticas. Desta vez, o pulmão do Porsche C'Herrera não chegou para mais do que a 1ª parte, porque Josué decide sempre pela pior opção na frente e Jackson pga a desinspiração de tantos meses a seco com remates carentes de melhor sorte e desta vez merecia algo mais do que um golo.
Soube-se, entretanto, que Angelino Ferreira deixa a SAD na sensível pasta das Finanças, substituído por Fernando Gomes que da matéria deve saber tanto como eu da importância das lâminas de barbear na cultura dos agriões. Se isto não é o ruir do projecto, megalómano e suicida, de uma SAD em desvario total não sei o que será, mas o futuro próximo é mais sombrio ainda do que a hipótese de continuar na Europa...
Não conheço os meandros ou as justificações, se é que as há num conclave marcado pelo secretismo digno de Vaticano, mas sem dúvida que o futuro da SAD, e do FC Porto, está muito mais na corda-bamba do que a inconsistência competitiva do tenro futebol portista entregue a um técnico imberbe. Pura incompetência global e generalizada.
Por ironia, ao que li, o Benfica ganha rematando apenas quatro vezes, e nem se pode glosar o golo em fora-de-jogo, clamoroso, para tirar partido de ruído mediático, como parece fazer agora o Sporting, qual Bloco de Esquerda parvo e ultrapassado pelos factos e dessincronizado no tempo que julga revolucionário como os patetas da dita esquerdinha baixa e atrasada, no recurso tonto e saloio da decisão sobre a taça da treta.
Mesmo a ganhar tempo, nem assim o FC Porto ganhará tempo para impor futebol que impeça o Benfica de um triplo triunfo nas provas domésticas.
caríssimo Zé Luís,
ResponderEliminarno fundamental:
penso que ganhámos todos com a exibição desta Quinta-feira, i.e., que, nos dias que correm, o nosso Portismo está a ser testado diariamente.
teremos que ser fortes o suficiente para sucumbir à «gloriosa» tentação de passarmos a duvidar de tudo e de todos no nosso clube do coração.
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
abr@ços
Miguel | Tomo II