27 fevereiro 2014

Em defesa de Preocupações Fonseca

O Público, atento, diz que Pinto da Costa nunca despediu treinadores depois de Janeiro. Uau!, andei eu nos últimos meses e na viragem do ano a dizer que os os últimos treinadores demitidos no FC Porto tinham sido todos em Janeiro. Realmente, não há nada como o efectivamente... e é uma garantia à prova de bala. Como os diferentes planos inventados e nenhum com resultados. Ou os sucessivos balões de oxigénio que não subiam mais do que balões de S. João. Uma lástima toda a época. E, aliás, mesmo que passe na Alemanha, para que serve e o que salva?

 
Entretanto, o JN de ontem enumerava os 7 pecados capitais de PF no Dragão. Certos e escorreitos, um deles fala do problema de falta de extremos, como se não houvesse Varela e Kelvin, e quanto à qualidade dos médios nem adianta lembrar o ostracismo a que Quintero foi votado (como Mata com Mourinho) e Iturbe, à moda de Antero, posto a andar outra vez. Depois do patético projecto "Visão 611", deve ser a nova versão do "116" ou "911" que é o September Eleven dos States...
 
Pois ainda bem que a situação actual me propicia defender o Produções Fictícias que arruinou o futebol portista.. Ironia ou finta de corpo? Não, ao ponto a que isto chegou, "esta porra triste" diria Jorge de Sena, a culpa já deixou de ser do treinador. A culpa do apodrecer desta situação, arrastando Pinto da Costa para o nimbo da perda de credibilidade, é da SAD. Denunciei todos os problemas do Preocupações Fonseca antes ainda de ele entrar ao trabalho: bastou abrir a boca para me estremecer!. Ao longo do tempo, cada vez que abria a boca saía algo desconexo com a realidade: ainda ontem, afirmar que o 2-2 obriga a jogar para ganhar é como se o 2-0 não impusesse essa obrigação. Este tipo não acerta uma, nas opções técnico-tácticas e no discurso, ambos de uma pobreza confrangedora.

Até Outubro, quando lhe dei o limite do prazo de validade que a invenção do golo de Danilo ao Sporting iludiu a asneira, a responsabilidade era do treinador.

Desde Novembro que a sua continuidade é da responsabilidade da SAD no tocante a resultados e aos desastre que se viram e os que, ao tempo, eram já antevistos. PF tinha roda-livre para todos os disparates sem alguém chamar a atenção e dizer "alto e pára o baile"!
 
"O pessoal é que está de férias e está farto de outras conversas, mas quando cair em si e ver os jogos apertados no Dragão, e mesmo fora, sem abre-latas pelas extremas, bem, já se deve antecipar os assobios.
 
Uma coisa é certa: faz sentido o 4x3x3 para um avançado-centro como Jackson, mas parece fora de tom o 4x3x3 sem extremos: um contrassenso um impossibilidade material? A bota bate com a perdigota?. E para um jogo com interiores, bem, também nos falta Iniesta e Cesc Fàbregas pelo menos, para a coisa fazer sentido. Ou será mais um 4x1x4x1? Ou 3x2x4x1 aproveitando o desequilíbrio de um lateral enquanto na outra banda o outro lateral refreia um bocado o ímpeto ofensivo? Dar-se-ia assim corpo a um jogo postado no meio-campo adversário, com pressão alta permanente, como quer Paulo Fonseca. Sobre os interiores, está fora da minha compreensão. Porque Barça mesmo só há um, com aqueles jogadores que vão dando, agora, algumas dores de cabeça menos agradáveis por a fórmula já não ser bem sucedida como dantes".
 
Isto escrevi eu em Julho, agora imaginem... e nem antevia que fossem Josué e Licá os meninos bonitos de entrada e os fétiches do Preocupações Fonseca.

Mas faz algum sentido ter o treinador a prazo? Se ganhares ficas, se perderes sais? Isto é o Porto ou o Mija na Escada, como dizia o Quinito? O Quinito que quando achou que não tinha unhas para aquilo saiu e saiu na véspera da recepção ao Leixões, subitamente em Outubro de 1987 o Murça pegou na equipa (ganhou 2-0, eu estava lá). O PF já pediu para sair por mais de uma vez: a culpa é dele? Não, ele mostra até mais elevação do que o presidente, que o tortura e por arrasto enerva os adeptos com o "sai ou fica".

É de um amadorismo atroz, esta SAD e este presidente que se julga acima das críticas e pensa ser ainda válida a infalibilidade papal.
 
Defendi desde cedo a mudança de treinador e estou á vontade para criticar, agora, os que lhe atribuem culpas, insultando-o em coro no domingo como nunca se viu a um treinador portista no estádio, poupando a SAD à responsabilidade máxima e exclusiva. Ironicamente, quando a equipa parecia arrebitar caminho, como em Barcelos, fez uma boa hora com o Eintracht de Frankfurt e não pareceu muito feliz na finalização, e na asneira de Mangala estouvado como sempre e ao nível de uma híper-inflacção do seu valor que é um disparate, pelo que vi no resumo de domingo, a inconstância e os erros primários de sempre deitaram tudo a perder. O campeonato já foi e, ao que dizem as notícias seguindo as fontes do clube, a Liga Europa vai hoje também, com uma modesta equipa alemã 3 pontos acima do 16º e último lugar de despromoção.
 
Digo, então, ao Preocupações Fonseca, lembrando que apostei em aprender alemão mais depressa do que ele punha a equipa a jogar futebol de jeito com consistência, na língua de Goethe:
"Hältst du fest" (segura-te) e "Gut Reise" (boa viagem). O "Aufwiedersehen" fica para depois, no regresso.

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