Sempre o mais difícil e ouve-se o rufar dos tambores

Já o disse aqui mais de uma vez: é mais difícil ao FC Porto jogar em Alvalade do que na Luz. Aliás, o historial dos confrontos diz que temos superioridade sobre os vermelhos e estamos em igualdade técnica com os verdes. Podem encontrar-se muitas explicações, mas para quem já viveu inúmeros jogos no campo dos adversários sabe, eu pelo menos assumo-o, que dificilmente podemos contar com a vitória portista em Alvalade, enquanto na Luz já é uma realidade palpável.

Não importa, por isso, que agora se evoquem imagens sugestivas agressivas dos corredores de Alvalade desde a saída do relvado e começando na entrada do túnel onde no último jogo ali, com o Marítimo para a Taça, o velho paradigma regressou do passado e imitou o que se passa na Luz: intimidação, coacção física, muita gente presente, algazarra. É conhecida na História, não só do futebol, que um árbitro foi ameaçado de pistola na Tapadinha, onde o Sporting acabou por vencer o Atlético nos idos de 40, pelo dirigente da Mocidade Portuguesa, Goes Mota. E a presença de rapaziada de extrema-direita nas claques lagartixas, onde as meninas "queques" têm guarida talvez em nome da ideologia prevalecente na família, é tão óbvia quanto os desacatos e condenações recentes são verídicos. Nada de novo, portanto. Até dizem que são um clube novo, depois da trapalhada eleitoral digna de certos regimes...

Nem sei como é forrado o balneário do árbitro, atendendo aos roubos permanentes que fazem bem lembrar a ideia que sempre nos fica, como o Jorge evoca oportunamente. O "bem-vindo" aos árbitros foi dado, se se lembram, pelo Paulo Bento, promovido a seleccionador nacional depois de anos a arengar contra os árbitros sendo beneficiado tantas e tão escandalosas vezes. "Somos muito simpáticos com os árbitros, há que lhes criar um mau ambiente", foi mais ou menos assim. E toda aquela gente vibrou com o slogan.

Já lá tivemos jogos em que nos marcaram dois penáltis num jogo e até um em que nos roubaram quatro penáltis num jogo só.

Golos sofridos em fora-de-jogo é "mato". O último na época passada, daqueles que os contorcionistas na tv não conseguem fazer o "equilíbrio" necessário para esconder a sua pouca-vergonha. Um jogo em que também, como em muitos jogos, acabámos com 10, numa expulsão indevida de Maicon. Na imagem acima, ainda estava em campo enquanto o Jorge Rouba Sousa via os ovos de lagartixa, quais bolas de ténis, apanhados pelo Helton...

Esta época, em 14 jornadas, o Sporting já acabou o jogo em superioridade numérica por seis vezes. Ou seja, quase metade dos seus jogos os leões jogaram, a dado ponto, contra 10. Faz lembrar o Benfica de 2009-2010.

Nada disto faz parte do cardápio de preocupações gerais. Já a evocação da recepção a João Moutinho, na época passada, não falta. Voltam as maçãs podres, como se as bolas de ténis tenham ficado no passado associadas apenas ao FC Porto. A inteligentsia lisbonense julga que todos são totós...

O pano de fundo são imagens de saudações nazis e gajos de cara tapada nas bancadas? São tanto quanto as capas dos jornais no regresso da pausa natalícia, tão comovente de adulação ao leão bebé...

O que o Público relata tem pouca relevância, para além de, sim, incendiar um pouco os ânimos. Mas, pelo menos, não pode dizer-se que foram os clubes a iniciar as hostilidades. De resto, é tão baixo falar nisto nesta altura, concordo, como noticiar que Djaló será do FC Porto (in CM)...

Não, são 6 pontos de atraso que, se acabarem em 9 deixa o Sporting fora do título antes do fim da 1ª volta. Mesmo o empate, mantendo a invencibilidade portista, deixa os leões em maus lençóis, até por poderem ser ultrapassados no 3º lugar pelo Sp. Braga que visitam a seguir.

Nesta fase da época, já se olha para a classificação em Maio. Os lugares de acesso à Champions. E este ano o 3º lugar já dá para ir ao play-off. O Sporting investiu muito, apesar de dizerem que não. Investir muito é pôr o dinheiro que não se tem. E o futuro imediato depender disso. Na caixa e na classificação. O resto é ruído.

O Benfica faz sempre de conta de que tem "fair-play" mas sabe-se como é da treta. O Sporting faz a vitimização costumeira. Nada de novo.