09 janeiro 2012

Elevação da classe - e a merda sobrante na Porcalhota


Messi e Guardiola os melhores do mundo, tudo normal e previsível embora nestas coisas ande sempre latente uma surpresazita própria do futebol mesmo fora dos relvados e até daqueles pintados a verde...
Continuará Xavi sem a bola que merecia e mais justificou em 2010 pelo Mundial que também não ajudou sequer um extraordinário Sneijder a estar no pódio da FIFA há um ano. E, contudo, o magistral médio sente-se o homem "mais feliz do mundo". Como se realiza esta gente? Messi quer repartir o prémio e Xavi contenta-se com a dedicatória. É isto que tem cimentado a supremacia catalã.
Xavi, que tem o futebol nos pés e na cabeça, sabe que perde para o mais talentoso e desequilibrador jogador da actualidade que, com surpresa e sem total merecimento, foi eleito o melhor em 2010. Messi é o melhor, Xavi leva o futebol consido e atrelada essa equipa de sonho que é o Barcelona, de novo no galarim mundial também pela presença de cinco dos seus jogadores no 11 do ano.

Xavi, enfim, conseguiu apenas ser 3º, com 9% de votos, contra 21% de Ronaldo e quase 49% para Messi. Não basta ganhar tudo, há que ter uma imagem vendida pela tv que sobrevive disso e das marcas que arregimentam os "negócios" promocionais de sabonetes, carros, modelos ou jogadores.
Saídos de um empate no derbi com o Espanyol, como antes no clássico com o Valência e na única derrota sofrida também ali frente ao Levante, sempre com um penálti claríssimo a haver da arbitragem como nem os jornais de Madrid negam em 1ª página, os de Barcelona continuam a dar uma demonstração de elevação. Guardiola diz que os 5 pontos de vantagem do Real Madrid são "merecidos" pelo labor da equipa de Mourinho. O presidente Rosell diz que em Cornellá "só houve um empate" e ri-se de quem fala em fim de ciclo no Barça. E Piqué constata que a Liga não acabou sequer a 1ª volta.
O Barcelona é tricampeão espanhol, tem ganho praticamente todos os troféus (13 em 16 possíveis) e não precisou de estar sempre na liderança do campeonato. Nem aguentar uma sequência recorde de jogos sem perder. E, contudo, fosse a perder o acesso à final da Champions frente ao Inter em 2010 ou derrotado na Taça do Rei em 2011, erros clamorosos de arbitragem estiveram na base dessas pequenas frustrações. Como a própria perda da invencibilidade em 28 jogos, na época passada em S. Sebastian, sucedeu por mais um erro gritante de um árbitro, por sinal o que também ajudou à derrota recente na visita ao Levante.
Curiosamente, a coincidência do mesmo árbitro tem um nome português: Teixeira.
Entretanto, em Madrid há apenas laivos de alegado "fair-play".
ACT:
Em Portugal, onde ainda havemos de ter documentários assim há isto na pacóvia pacatez da mediocridade e imbecilidade reinantes:
"A FIFA já divulgou a lista dos votos de todos os capitães e selecionadores para a Bola de Ouro 2011, tendo sido “chamado” Nuno Gomes para votar por Portugal, apesar de o capitão ser… Ronaldo, que, obviamente não poderia votar em si próprio.
Nuno Gomes votou em Ronaldo em primeiro lugar, Nani em segundo e Neymar em terceiro, sendo que Messi, vencedor do troféu, não levou voto do avançado do Sp. Braga.
Já Paulo Bento escolheu Ronaldo em primeiro, Nani em segundo e... Messi em terceiro.
Pela Argentina foi Messi quem votou, tendo escolhido Xavi para primeiro, Iniesta para segundo e Agüero para terceiro. Messi não votou em Ronaldo, mas não contou com o voto do seu país.", in Record. Diz tudo dos personagens e da pasquinagem parola do costume.

Sobre elevação e categoria, ou falta de nível, pode comparar-se o comportamento de Ibrahimovic, pegado com Guardiola a quem criticou na sua autobiografia, mas elegendo o ex-treinador como nº 1.
As coisas são o que são e valem o que valem e isto já deixou de ser giro para tornar-se apenas engraçado. Basta ver quem vota em quem e percebe-se que o ressentimento e a idiotice andam sempre a par. Ou, então, perguntamo-nos porque Joachim Löw não votou em Ozil, ou Thomas Muller, ou Mario Gomez, ou Schwansteiger...

Adiante.
Pois em Portugal, uma momentânea troca de líder parece, a alguns, já ter decidido o título.
Parece que há 20 meses, que eu não contei, o Benfica não chegava ao galarim. Enquanto frustrado segundo e a 21 pontos até de distância, vagueou da fanfarronice de "quem vai à nossa frente vai sentir medo de nós" à enumeração de erros de arbitragem que justificassem lideranças do FC Porto. Afinal, como agora confessam saber bem estar no comando, havia uma azia doentia e prolongada, até por reconhecerem que quem vai em 2º desgasta-se mais psicologicamente, algo que nunca acusaram e mais uma vez querem mandar a bola para o outro campo.
Eu não vi o jogo de Leiria, ontem, mas parece que o caceteiro passou incólume outra vez. Não vi imagens sequer em resumo e fica só a notícia que, por alguma razão, o prevaricador até vai cumprir castigo na próxima jornada.
A mim, que me custam que os erros dos árbitros sejam avaliados bons ou maus, como as políticas dos governos a ou b e os políticos maçons x ou y consoante o partido ou clube em causa, esta elevação da classe do Barcelona sem barafustar é que me deixa perplexo. Tudo o resto é normal.

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