11 janeiro 2012

Porto e Barcelona devem silenciar os prejuízos de arbitragens desonestas e repetidas?

Ninguém pode perceber porque o FC Porto se cala tantas vezes com os prejuízos arbitrais e, de repente, sai o que costuma designar-se de "uma bomba". No caso recente, a investida de Pinto da Costa pelo penálti clamoroso não assinalado sobre Belluschi no Porto-Marítimo, visando criticamente Duarte Gomes e comparando com outros casos do mesmo árbitro. O site oficial do clube, creio que pela primeira vez, fez uma compilação (de alguns...) dos erros de Duarte Gomes. Isto sim, é denunciar o que vai mal e contrapôr ao silêncio do "mainstream media" em que o FC Porto se acha marginalizado.
Os critérios dos árbitros tanto são discricionários na hora de marcarem penáltis, como de mostrarem cartões. Pedro Proença foi mais um em Alvalade, como noutras ocasiões em que jogou o FC Porto, a punir disciplinarmente faltas portistas e negando cartões a idênticas faltas sportinguistas.
Ainda na época passada, por exemplo, como aqui frisei então, Pedro Proença fez as duas melhores arbitragens do campeonato e de que me lembro na história que vivi do futebol nacional, no Dragão: no Porto-Braga (3-2) e no Porto-Benfica (5-0). Um único reparo em cada: uma traçadela a Belluschi não mereceu um cartão a um bracarense que era flagrante; e o penálti de Coentrão sobre Hulk, que deu o 4-0, merecia vermelho, pela clara ocasião de golo, e não apenas amarelo. Mas isso são pormenores, quando acontece uma vez num jogo. Em Alvalade foi gritante a dualidade disciplinar.
Como aqui frisei, no rescaldo do clássico, o FC Porto teve Vítor Pereira e Hulk na entrevista rápida e o técnico ainda foi à sala de Imprensa. Ambos falaram do assunto, pela obrigação de cumprirem essas presenças. Não fosse isso e o silêncio seria total, pois o clube calou-se. Nem no site, deta vez, nem no seu pequeno canal televisivo. Já em Olhão, com dois penáltis negados e um vermelho por mostrar no penálti assinalado no início que Hulk desperdiçou, João Capela passou sem críticas acérrimas no crivo portista.
Não sei, após a apresentação de ontem do novo director Júlio Magalhães, se o Porto Canal deve ser o que querem que seja. Mas cá estarei para ver, especialmente para que servirá uma delegação em Lisboa e até a reportar da Assembleia da República... Parece-me, como já disse há dias, alvo errado da estratégia de comunicação portista, nenhum adepto de bom senso compreende o que representa tal projecto na prática e seguramente está longe de ser atribuição de um clube gerir um Órgão de Comunicação Social generalista como se pretende deste. Se a coisa melhorará num canal dito generalista e geneticamente regionalista, mas com anticorpos suficientes para tantos rejeitarem de Guimarães e Braga a Bragança e Chaves? Partindo do princípio do envergonhado "Flash Porto", imune a polémicas de qualquer sentido, não se antevê melhoria. Logo, inóquo e inútil, salvo para dar as primeiras imagens e palavras de um reforço, o "exclusivo" no futebol.
Sobre o silêncio do FC Porto, tenho comparado com o do Barcelona. Ainda anteontem aqui sublinhei e depois acrescentei a propósito dos troféus a Messi, Guardiola e ao Barcelona que passa a ser a equipa de futebol que mais Bolas de Ouro (9) tem na história do jogo:
"A mim (...) esta elevação da classe do Barcelona sem barafustar é que me deixa perplexo".
Entretanto, li isto no Sport, que vai no mesmo sentido. E aponta números, já nem só os penáltis negados em quase todos os jogos que o Barça não ganhou, mas a incrível vantagem do rival de Madrid nos favores dos árbitros.
"El silencio que se autoimpone el club allana el camino a los colegiados, a los que nadie les pide explicaciones por sus errores"
E falamos de um clube imenso à escala mundial que tem um excelente canal próprio (Barça TV, que já vi em Barcelona) e onde decerto explora todos os aspectos do jogo, técnico, tácticos e de arbitragem, claro.
De resto, li ontem aqui que é de 27-10 a vantagem do Real Madrid em penáltis assinalados em relação ao Barcelona, só nos últimos dois anos.
Onde fala de "Villarato", é uma expressão espanhola semelhante a "Sistema" criado em Portugal. Dos dois lados da fronteira, a coincidência de serem eufemismos criados pelos perdedores da capital, subjugados pela hegemonia do rival de outra cidade. "Villarato", no caso, refere-se a Angel Villar, o presidente da Federação espanhola como se fosse o responsável do descalabro dos árbitros sob alçada federativa e comandados por ex-árbitros no que se julga ser o melhor modelo para liderar e orientar o sector sob jurisdição e conselhos técnicos a uma só voz. Em certos meios de centralismo doentio não resulta. Nem no Desporto, nem na Política. Por isso a Europa periférica e especificamente a mediterrânica, é vista como é pelo resto da Europa organizada, democratizada, descentralizada e competitiva.

A questão dos penáltis já há muito venho colocando e os quadros na coluna da direita deste blog são exemplo flagrante que demonstra, como sugere também o Barcelona, a ligação umbilical entre uma equipa campeão, goleadora, atacante na sua génese e que não pode ter menos penáltis do que os adversários. Marca mais golos, tem mais pontos, obtém mais vitórias, soma mais títulos e contabiliza menos penáltis é uma contabilização aberrante. Mas é o que há. Falso.

Também não imagino que um canal do Porto vá dar esse tipo de pormenores... O resto, depois vê-se.

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