18 janeiro 2012

Dan(aqu)ilo para a época de transição

Foi convocado à condição e já deve jogar hoje. Ao preço de um ponta-de-lança razoável que devia ter sido garantido em Agosto, Danilo vai estrear-se hoje pelo FC Porto, frente ao Estoril, num improvável jogo de "campeões" na Taça da Liga, sendo os canarinhos os líderes da Liga de Honra e tendo já vencido o V. Setúbal no grupo, tal como o FC Porto venceu o Paços de Ferreira (2-1) na 1ª jornada.

Ainda bem que tudo foi desbloqueado a tempo, ontem. Parece, contudo, que a última peça encaixada num negócio chorudo para o "Peixe", o FC Porto livra-se, finalmente, de Fucile. Tudo indica que, no empréstimo sem custo para o Santos, o FC Porto paga ainda o salário. Ou seja, o uruguaio pesa ainda na folha salarial e se não fica é porque não se portava bem. E nem será apenas pela falta de empenho nos treinos, tal como Sapunaru, conforme verificado e denunciado por Vítor Pereira. Sapunaru deve ir pelo mesmo caminho. Estão à vista, como noutras situações, os motivos por que não eram convocados, apesar das interrogações, inocentes, que muitos colocavam... 
O FC Porto, que inventou Maicon a lateral-direito com algum sucesso - de momento não se pode exigir mais da experiência, a não ser o contento de para já correr bem -, despacha os dois laterais-direitos, depois de comprar dois laterais ao Santos, um deles para a esquerda (Alex Sandro que mal tem jogado, agora lesionou-se e não pode jogar hoje).
Provavelmente, um par de alas/extremos seguirá o mesmo caminho. Varela provavelmente e Cristian Rodriguez pelo menos no fim da época (livre). Ou vamos ter mais novidades nesse sector ou num futuro próximo terá de mudar-se o paradigma do sistema portista assente em alas/extremos poderosos. O meio-campo está também em reparação, com Guarin a afirmar que esta semana deve ficar tudo decidido com a Juventus, apesar de em Itália falarem da intromissão do Inter...
É curioso. Porque desde o início da época falta um bom avançado-centro e ultimamente houve que adaptar o jogo à falta de Falcao. Continuo a não crer que chegue algum para o ataque. Por falta de liquidez, por falta de oportunidade/alternativa, mais do que por falta de vontade. Vítor Pereira diz que "o clube está atento" e que "o mercado está aberto". Claro. Diria o quê?
O que não lhe perguntaram é se, vindo alguém para "matador", e se vier só pode ser para jogar mesmo, é se teria problemas em alterar as rotinas já instaladas. Ele bem diz que sem Hulk e com ou sem Kléber a equipa tem de atacar de forma diferente. E mesmo sem Walter (já no Cruzeiro) e sem um avançado ninguém sente isso como uma falta.
Eu tenho dito isso muitas vezes e estou ciente dos problemas de inserir alguém novo, que se adapte à equipa e, ainda, ao jogo europeu. Porque a vir só se vislumbra da América Latina. Já passaram uns dias da minha exposição sobre o tema, enquanto cresce a impaciência à volta de quem tem de decidir com o que há e não com o que se sonha ter mas não se vê. A impaciência deturpa o raciocínio e campeia por aí a vontade de ver algum D. Sebastião em dias tão claros de sol e céu límpido. Comprar por comprar para depois criticar é o mote dos que "pressionam" em vez de apoiarem, limitando-se a compreender o "entorno" e as contingências de um mercado que muitos acham dever ser fechado.
Os mesmos que acham que Iturbe devia jogar mais, quando ele mostra que deve jogar "moderadamente" como o fará hoje à noite. Os mesmos que pensam que o James joga sempre bem mas nem sempre o faz da melhor maneira e não pode sobrepor-se aos imperativos tácticos de um jogo, como em Alvalade.
A equipa precisa de um reforço no ataque mas vai arrumando a casa de excedentes que se revelam pesados, mesmo que subsista a marca na folha de pagamentos.
Para o balanço da 1ª volta, necessário e oportuno quando se percebe em que modo o clube se movimenta no mercado, para quem estiver atento, o que salta à vista é que este é apenas mais um ano de transição. A operação de revigorar a equipa supercampeã de 2010-2011 não foi feita, mais uma vez, na hora devida e o PREC (Processo de Reestruração em Curso) já é iniludível. Com o esforço acrescido de se fazer em andamento num campeonato a esmifrar até ao fim com o Benfica. E o risco inerente. Aquele que o FC Porto, ao fim e ao cabo, sempre tem corrido. Normalmente corre bem.
Creio ser a análise possível neste momento, já com dados na mão que indiciam as jogadas subsequentes. Se derem para o título ninguém ligará aos solavancos e os que criticam à toa vão dizer que a "estrutura" é do melhor que há...

1 comentário:

  1. já comentei no porta19. mais uma vez as minhas desculpas, zé, pela falta de referência. não é meu hábito roubar ideias dos outros e neste caso foste tu quem me abriu os olhos para perceber que o fluxo de saída é mais que apenas uma oportunidade pontual de negócio.

    again, espero que não leves a peito.

    um abraço,
    Jorge

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