14 janeiro 2012

O seu nome é James, (bis) James bom!

Dois belos golos de James, com classe e nervos de aço para definir individualmente duas situações de golo em fintas a Tiago Pinto antes do remate certeiro para o canto mais distante, com pontapés colocados de pé esquerdo e do direito, bastaram ao FC Porto para vergar um equilibrado Rio Ave que teve um par de situações de golo finalizadas com a ingenuidade e parcimónia do costume por Yazalde.
Mas se na 1ª parte, onde entrou sem Moutinho (castigado, Defour no seu lugar de formiguinha do entrejogo defensivo) e acabou sem Hulk (lesão muscular que pode dar mais de uma semana pelo menos, se tiver uma gravidade no momento impossível de avaliar), o FC Porto impôs o ritmo mas não usufruiu de claras ocasiões para marcar, após o intervalo os campeões nacionais chamaram os vila-condenses para mais longe da sua área e construíram uma mão cheia de oportunidades ingloriamente desperdiçadas.
Perdidas duas das suas maiores referências organizativas e determinantes, o FC Porto "entaramelou" um pouco o jogo e um diálogo com a bola pouco fluente, mas rodeou sempre a área contrária com mais consistência. Belluschi, de novo problemático e errático no remate com a baliza à mercê em duas ocasiões, continua a não engrenar como nº 10 em potência e foi rendido pelo jovem Iturbe que, muito precipitado, não melhorou o esclarecimento.

Também mais uma vez a ligação a Kléber pede outro entendimento. Cristian Rodriguez e James Rodriguez, este mais por dentro que pela direita, deram muito que fazer ao Rio Ave, o primeiro acabou substituído por Varela que precisa igualmente de ritmo e a Taça da Liga ajudará já na 4ª feira com o Estoril.
Com a lesão de Hulk, só com um ponta-de-lança que pode forçar o regresso do jovem Atsu de Vila do Conde, será mais uma oportunidade para alguns adeptos acenderem velinhas por um ponta-de-lança. Será seguramente o tema candente nos próximos tempos, muito mais do que preocupações estéticas sobre a beleza e articulação do jogo portista que não deixa de ser concretizador ainda que a custo de muitas perdidas mas assentando cada vez mais na solidez da manobra colectiva.
Isto numa altura em que Guardiola pedirá Hulk no Barça para ele mesmo ficar em Camp Nou...
O FC Porto faz volume de jogo, tem o défice do ponta-de-lança desde a venda de Falcao, como se sabe, o contratempo de Hulk pode criar uma certa emergência ou ser ultrapassado a tempo e a contento. A defesa, o filtro do meio-campo e a rotina alternadamente atacante dos dois laterais, com Maicon de novo bem, vão fazendo um dragão mais paciente em campo que na bancada, que gere os ritmos e a bola com mais segurança sem perder o pendor ofensivo claramente vincado e que, obviamente, também dá uma ou outra hipótese de o adversário aproveitar para criar perigo.
Uma arbitragem imbecil, como de costume, para não passar impune, a punir todos os toquezinhos portistas e mais alguns. Nada a dizer da expulsão (último defesa) de Rolando. Mas de novo um adversário a teimar nas faltas já com um amarelo (Tiago Pinto) sem ver vermelho. O livrinho da arbitragem tuga foi escrito por um mestre da provocação permanente aos jogadores do FC Porto que só não se arreliaram e destrambelharam psicologicamente porque o jogo esteve sempre dominado.

2 comentários:

  1. Estamos em Janeiro e jogamos parece pre temporada , mesmo vencendo o jogo e com um brilho de james vejo que Vitor pereira não percebeu que tendo um idiota de um Ponta de lança fixo , a nossa ofensiva move-se de outra forma. Enfim , Força porto

    Saudações Portistas

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  2. Forçosamente, "a nossa ofensiva" tem de mover-se de outra forma.

    É incontornável, não há processos de jogo iguais com jogadores diferentes.

    Não sei qual é a estranheza. O FC Porto tem de jogar diferente, tem de jogar com os jogadores que tem e com estes não há muito para variar a forma.

    A mim isso não me surpreende. Tento perceber, como sempre fiz, as razões e os motivos subjacentes, às opções do treinador. Dentro e fora do campo, aqui na base das suas escolhas.

    VP trabalha da melhor forma com a matéria prima disponível.

    Há quem ache que poderia fazer muito melhor, mas está claro que isso é uma opinião oca, carente de comprovação e sem sustentação palpável. As exibições individuais e colectivas têm dado exemplos sobejos para se perceber as dificuldades de manobra do treinador.

    Como já disse aqui, e cada um comenta como quer e se quiser, o que não tem sucedido, o FC Porto actual está bem para as dificuldades estruturais do momento e que advêm da ausência de Falcao. VP teve de apurar a melhor forma de "jogar". Este "jogar" está dependente de muitos factores. Só os adeptos não percebem - e já nem digo a acéfala Imprensa dita da especialidade -, tendo oportunidade de seguir a par e passo a evolução da equipa e dos jogadores (uma equipa nem sempre é a soma das partes, pode ser mais do que isso ou ficar aquém do expectável), como a equipa tem de jogar.

    Mesmo que os últimos dois meses e picos tenham demonstrado cabalmente que, de momento, só pode ser assim. Não há sequer dois pontas-de-lança, os dois laterais-direitos estão encostados e por aí fora. Portanto, hou há que fazer de conta que não se percebe, ou demonstrar incapacidade para se perceber que nem sempre o que desejamos podemos ter.

    Os adeptos continuam presos à época passada que é de reprodução improvável em larga medida.

    Nas condições actuais, a equipa está bem, enquanto equipa, não brilhando mas não comprometendo. Para comprometer já bastou Outubro negro q.b. e é melhor como está do que como estava.

    A forma como se encara a situação com naturalidade e com normalidade é mais própria de discussão de café do que de reflexão amadurecida.

    E continuamos assim. Agora com a dúvida Hulk. Quanto ao resto, tenho poucas dúvidas. Não que as expectativas sejam elevadas, não são, mas com optimismo moderado adveniente das circunstâncias que condicionam a equipa. E para isso temos de remontar ao início da época, aquele em que ninguém percebeu os problemas porque teríamos de passar.

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