26 janeiro 2012

O ídolo e "the king" que fez Lei foi Denis Law

Este escocês de Aberdeen vai ser aqui evocado por ser uma lenda do futebol, ainda vivo e de boa saúde por levar uma vida regrada e não regada. Fez no ano passado, em Fevereiro, 70 anos. Foi Bola de Ouro (melhor jogador europeu) em 1964, um ano antes de Eusébio. Teve uma carreira fantástica, apesar de também torturado por operações aos joelhos. Ao contrário de Eusébio, mantido na redoma salazarista, Law chegou a jogar em Itália (Torino), ainda antes de se fecharem as fronteiras transalpinas a estrangeiros após o descalabro norte-coreano (0-1 dos azzurri no Mundial) de 1966, mas não se adaptou e voltou a Manchester, não ao City a que pertencera, mas ao United. E chegou a campeão europeu, contra Eusébio, em 1968, ano em que pela última vez o Man. City foi campeão inglês, precisamente à frente do United, por dois pontos. 
 Law tem espírito jovial e fala bem ao ponto de não confundir tremoço com marisco. Não sei se uma loira lindíssima, Relações Públicas do United, é sua filha, mas não interessa. Denis Law, que até começou no Huddersfield que é um berço de ouro do futebol em Inglaterra, não tem sequer um passado de mistificação e viciação desportiva por intermédio de transferências ziguezagueantes e corrupção de Estado na Inglaterra do Bill of Rights, um país ainda assim às direitas.

Dá entrevistas animadas da sua carreira naquela equipa de Charlton e Best, primeira equipa inglesa campeã da Europa, frente ao Benfica de Eusébio. Símbolo do United, como os citados, Law não só não fala de coisas esquisitas da sua carreira, como não se inibiu de marcar ao United pelo City. Essa imagem de cima (2º a contar da esquerda), e as que se sucedem em baixo a ser acarinhado por colegas e adeptos, são de um golo de calcanhar. Um golo só por si célebre. Mas um golo de Law pelo City que fez o 1-0 a condenar o United à descida de divisão em 1974, na última jornada. Um golo, um jogo, um homem para a história, que não diminuíram o United de ser grande pela despromoção, mas defenderam os valores do desportivismo, do fair-play que não é da treta e de uma cultura que se preserva, incute, difunde e educa, até hoje, em Inglaterra. Não festejou o seu golo, compreensivelmente, mas cumpriu o seu dever.


Se querem exemplos de profissionalismo e sobriedade, de quem nunca faltou às suas obrigações e não contribuiu para viciar resultados, conheçam histórias de gente que valha a pena e não de quem se tenha pena.. Modelos para a juventude e não retratos difusos de uma realidade e verdades desportivas adulteradas nos tempos da censura, da repressão, da obrigação de amar o líder, exaltar a Pátria e dar bom nome à família, em que valia tudo para a preservação de um ideário político (e religioso) e a sempre esquisita verdade desportiva que em Portugal é como papas e bolos para enganar os tolos.

5 comentários:

  1. O Man Utd homenagea-o na estatua da "holy trinity", em Old Trafford, ao lado de George Best e Bobby Charlton.

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  2. Estive para meter essa foto que se encontra facilmente, mas se calhar era areia a mais para certas camionetas que têm dificuldade de entender o fulcro da história por si mesma e só com destaque em Denis Law - e as fotos apropriadas que inseri valem por si.

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  3. "The emergence of Dutch international Dennis Bergkamp in the 1990s uncovered a story that the player's parents, who were fans of Manchester United in the 1960s, named their son after Law. However, Dutch authorities refused to recognise the name unless it was spelt with two n's as they felt it was otherwise too similar to the female name Denise."

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  4. eh, eh, eh, dessa não sabia. Mas estamos sempre a aprender, obrigado DD

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