19 janeiro 2012

Domingos (ressabiado) em três dimensões (I)


Já todos sabem o que disse Domingos, treinador do Sporting. E muitos sabem que Domingos traçou a sua sentença em Alvalade. Apesar da bonomia da pasquinagem que só lhe lembra estar o treinador a ser avaliado pelos resultados, que são o que são.

Se calhar, não fora a ajuda do árbitro Vigarista na semifinal da Taça, e a derrota com o Nacional em casa agudizaria mais ainda a trajectória descendente da equipa da Cerelac, confirmada em Braga e agora acompanhada a preceito por miosótis, borboletas e girassóis (evitaram as papoilas, sempre tiveram juízo, ou imagens de fogo em vulcão, já agora) onde antes agitavam "médicos, fadistas e carpinteiros" de cara tapada e tatuagens da moda.
Domingos, que esquece como tais classes profissionais estão tão representados na "paineleiragem" televisiva como desavergonhada e "desinstitucionalmente" qualquer bademeco ilustre Presidente da Mesa (AG), fez o "downgrade" do Sporting. Nem precisa de falar mal "deste clube quando partir", como diz que outros falaram. Até lembrou o mais antigo, o Paulo Bentoinha que espalhava merda por "jornalistas, árbitros e comentadores", "disparos" entre aspas evidentemente, ou não tivesse o PB chegado a seleccionador nacional...
O "downgrade" começa na caracterização dos sócios, não pelo sangue azul e títulos nobiliárquicos, uns e outros diluídos e pelas ruas da amargura, mas pela estruturação social e categorias profissionais nem todas de alto estirpe. Os trogloditas de Alvalade já reagiram e a comentadeirice encartada vai deitando água na fervura só à espera de pegar fogo à cadeira do treinador se a eliminação da Taça for consumado na Choupana.

Domingos, pior, falou como adepto. Estes podem aceitá-lo a esse nível, mas olharão sempre para ele como treinador que perdeu na última jornada em Braga o 3º lugar. Em Braga onde Domingos perdeu na última jornada de 2010-2011 o 3º lugar para o Sporting ganhar um patamar na pré-qualificação europeia. Domingos expôs-se. Aparentemente, vestiu a camisola, mas foi levando recados para inscrever não nas costas mas na frente e ao lado do emblema..., como é suposto, e isso cai bem. Mesmo sendo contranatura. Mas dele esperam-se resultados e decerto não teve a Imprensa hostil reservada exclusivamente a Vítor Pereira, com quem certos fanáticos quereriam trocar de lugares entre ambos após o Sporting-Porto... Ainda ninguém esqueceu as maravilhas dos papagaios literários nos pasquins ou nas colunas dos mesmos com colunáveis de outras políticas mas sempre do bota-abaixo...
Não há sangue azul e os viscondes estão falidos, como se sabe. Não é fácil a tarefa com as condicionantes que enumerou. Não é fácil para nenhum treinador. Ali ou noutro lado qualquer onde se esperam, ou até exigem, vitórias. Eu avalio os protagonistas do jogo e Domingos desceu um bocado abaixo das expectativas, até porque nunca ganhou nada como treinador e arrisca-se a ser trucidado, por quem espera algo destes deslizes, em dois meses. E portar-se como adepto, sendo portista de coração, vai ser-lhe lembrado em breve.
Carvalhal, que eu aprecio, foi o último a derrotar o FC Porto no campeonato, há 55 jornadas atrás. Foi tratado como um cão, como se vê ao lado, pelos (jornalistas) que caracterizou: "Gordo, Barbas e Careca". Carvalhal disse também (ver ao lado).
Os que atacam são os que enchem de glória as capas dos pasquins.
Domingos devia saber disso. Mas este é um tirocínio na sua carreira. Também decerto já sabia que Lisboa não tem só encantos. No futebol perdedor muito menos.

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